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Deputada federal propõe regulamentação da profissão de trancista

"Hoje existem cerca de 15 mil profissionais que se identificam como trancistas no país", destaca Dandara Tonantzin à Alma Preta
No total, 90% das profissionais trancistas estão dedicadas para o embelezamento afro.

Foto: Reprodução

16 de maio de 2024

A deputada federal Dandara Tonantzin (PT-MG) apresentou na Câmara dos Deputados na última semana um projeto de lei que visa regulamentar a profissão de trancista no país. Na proposta, a parlamentar define o que é a profissão e inclui as suas características no Quadro de Atividades e Profissões da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

Segundo a parlamentar, o projeto é resultado da demanda de um grupo de trabalhadoras de Uberlândia que almejam reconhecimento e real valorização da sua profissão. Após a apresentação, a proposta foi encaminhada para as comissões responsáveis, onde será analisada.

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“De acordo com elas, 90% das profissionais estão dedicadas para o embelezamento afro e isso é o que as diferencia da categoria profissional de cabeleireiros. Hoje existem cerca de 15 mil profissionais que se identificam como trancistas no país”, explica Dandara à Alma Preta.

Dandara também destaca que a regulamentação da profissão de trancista se justifica porque ela tem uma diferença fundamental em relação aos profissionais cabeleireiros, como o emprego de saberes, habilidades e técnicas ancestrais de cuidado e embelezamento capilar próprios da cultura afrodescendente do país. 

“O trabalho realizado pelas trancistas no âmbito dos salões de beleza tem uma dimensão social muito importante para a população afrodescendente, pois atua na desconstrução de estereótipos negativos relacionados ao seu tipo capilar, apontando para outras possibilidades de cuidado que não as danosas práticas de alisamento e assim contribuindo para o fortalecimento da autoestima dessas pessoas, para a preservação da tradição e dos ensinamentos ancestrais da população negra e, por fim, para a afirmação de uma identidade negra”, pontua.

Dandara também salienta sobre a importância da atividade para a empregabilidade e a autonomia financeira em especial das mulheres negras, que compõe a maioria do quadro dessas profissionais. “Esse é um significativo exemplo de empreendedorismo negro”, concluiu.

  • Mariane Barbosa

    Curiosa por vocação, é movida pela paixão por música, fotografia e diferentes culturas. Já trabalhou com esporte, tecnologia e América Latina, tema em que descobriu o poder da comunicação como ferramenta de defesa dos direitos humanos, princípio que leva em seu jornalismo antirracista e LGBTQIA+.

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