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Japão, rapper do grupo Viela 17: “esquece essa de voto branco ou nulo”

Aos 50 anos de idade e 32 anos de carreira, o artista, mobilizador social e ativista periférico  aceita um novo desafio e concorre ao cargo de deputado federal pelo PSB, no DF

A foto mostra Japão, do Viela 17, homem negro de pele clara com bone preto e camisa preta. Ele sorri para a foto

Foto: Imagem: Geovanna Ataídes

21 de setembro de 2022

“Sempre fiz política, nas minhas ideias, nas minhas letras e na minha postura. Acredito que com um cargo eletivo posso fazer ainda mais pelas periferias do Distrito Federal”, destaca Marcos Vinícios, mais conhecido como Japão, rapper do grupo Viela 17. Após 32 anos de carreira e de atuação como mobilizador social e ativista, o artista concorre ao cargo de deputado federal pelo PSB.

Nascido e crescido na cidade de Ceilândia, periferia de Brasília, Japão, que aos 50 anos cursa Gestão Jurídica, começou a trabalhar desde cedo. Foi por meio da música que sua vida mudou, quando alcançou projeção nacional com o GOG e o Viela 17, expoentes no rap nacional nos anos 1990 e 2000. Sua música denuncia a violência, e muitas outras injustiças do Estado, com enfoque no descaso para com os direitos da juventude.

Como ativista social, fundou e foi diretor da ONG Grupo Atitude, que levou cultura e saúde para jovens e adolescentes de Ceilândia. Em São Paulo, coordenou o Projeto Hora H. Durante a pandemia da Covid-19, Japão foi responsável por mobilizar mutirões de ajuda comunitária às pessoas em situação de vulnerabilidade e que passavam fome nas regiões marginalizadas do DF. 

Segundo a Companhia de Planejamento do Distrito Federal (CODEPLAN), a pobreza no DF subiu de 12,9% para 20,8% entre 2019 e 2021. Ainda de acordo com o órgão, 38,2% das quase 3 mil pessoas em situação de rua tornaram-se desabrigadas durante a pandemia.

Segundo Japão, isso é resultado do projeto de desmonte de políticas públicas de proteção social e de redução das desigualdades sociais, que não acontece só no DF, mas em todo Brasil. Por isso, as propostas do candidato para essa área são: fortalecer a assistência social; políticas como o Auxílio Brasil, Prato Cheio, DF Social, entre outros; desafogar as filas dos CRAS, com a contratação de mais sevidores e investimentos em qualificação profissional; defender mais concursos para a Secretaria de Desenvolvimento Social; além de investir nas políticas distritais para a população em situação de rua. 

Japão já faz parte da cena artística do DF há mais de 30 anos. Recentemente ele foi um dos personagens do longa metragem “Amado”, dirigido por Edu Felistoque e Erik de Castro, que conta a história de um policial de boa índole que se vê cercado por um universo de corrupções. O candidato ressalta que o rap sempre denunciou a desigualdade social, o racismo e a violência policial contra o povo periférico. 

“Por isso, sempre fiz do microfone a minha arma e critiquei toda a ausência e o descaso do Estado em minhas letras”, diz. 

Após recusar propostas para concorrer a cargos eletivos em anos anteriores, decidiu defender uma candidatura a deputado federal, representando a periferia no Congresso Nacional. “Esquece essa de voto branco ou nulo. Se você quer melhorar as condições  da sua quebrada, o primeiro passo é saber escolher quem você quer que te represente lá no centro das decisões”, destaca Japão.

Leia mais: Max Maciel: “A periferia é o centro”

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