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Karoline Bezerra Maia se torna a 1ª promotora de Justiça quilombola do Brasil

Promotora tomou posse na semana passada e celebra a conquista: "é por meus ancestrais"
Imagem de Karoline Bezerra Maia, durante sua posse como promotora de Justiça do Pará. Ela é a primeira pessoa quilombola a conquistar o cargo no Brasil.

Foto: Reprodução/ANPR

18 de abril de 2024

Karoline Bezerra Maia fez história ao se tornar a primeira promotora de Justiça quilombola do Brasil e assumir seu cargo no Ministério Público do Pará. Originária da comunidade quilombola de Jutaí, localizada no município de Monção, no Maranhão, Maia representa um marco significativo na busca por maior diversidade nos quadros do Ministério Público, segundo informações do site da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR).

A conquista de Maia foi celebrada como um passo importante na promoção da inclusão e representatividade. Emocionada, ela expressou sua gratidão e determinação: “Que eu seja a primeira de outras que virão e seja um instrumento de transformação social“.

Filha de pais sem instrução formal, Karoline é a mais nova de seis irmãos e foi a primeira de sua família a cursar e concluir o ensino superior. Sua jornada até a posse como promotora de Justiça foi marcada por persistência e superação, ingressando na Universidade Federal do Maranhão (UFMA) por meio do sistema de cotas para negros em 2008. Após enfrentar desafios e pausas na jornada acadêmica, ela retornou aos estudos após a pandemia e finalmente alcançou seu objetivo.

“É pelo meus pais, minhas irmãs, minhas lutas, minhas lágrimas, a minha gente, o meu povo, pela minha biografia. É por meus ancestrais, por todas nós, mulheres pretas”, afirmou Karoline, emocionada com a realização de um sonho compartilhado por sua comunidade e familiares.

A nova promotora de Justiça enfatizou o papel da visibilidade para os quilombolas e expressou sua esperança de inspirar mais membros de sua comunidade a buscar seus objetivos. 

“Agora, imagine quando se trata de uma mulher preta quilombola e uma transformação social. Muitos de nós quilombolas estamos à margem dos direitos fundamentais, como educação de qualidade. Ser instrumento de visibilidade para nós, que muitas vezes passamos invisíveis, é poder ser porta-voz de quem não teve seu lugar de fala”, ressalta Karoline


Utilizando as palavras da renomada filósofa Angela Davis, ela destacou: “Quando uma mulher preta se movimenta, ela move toda a estrutura da sociedade”.

  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

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