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Ministério da Igualdade Racial lança plano para combater racismo religioso

Iniciativa visa garantir direitos dos povos de terreiro e valorizar a cultura afro-brasileira com ações interministeriais e incentivo à literatura
Imagem de lideranças políticas e religiosas durante a apresentação Política Nacional para Povos e Comunidades Tradicionais de Terreiro e de Matriz Africana, nesta quarta-feira (15). O plano foi apresentado pelo Ministério da Igualdade Racial.

Imagem de lideranças políticas e religiosas durante a apresentação Política Nacional para Povos e Comunidades Tradicionais de Terreiro e de Matriz Africana, nesta quarta-feira (15). O plano foi apresentado pelo Ministério da Igualdade Racial.

— Divulgação/MIR

16 de janeiro de 2025

O Ministério da Igualdade Racial (MIR) lançou nesta quarta-feira (15) a Política Nacional para Povos e Comunidades Tradicionais de Terreiro e de Matriz Africana, em evento realizado em parceria com a ONG CRIOLA, o Ilê Axé Omiojuarô e o Ilê Axé Omi Ogun Siwajú. 

A política, regulamentada pelo Decreto 12.278/24, busca fortalecer os direitos dos povos de axé e preservar a memória e a cultura afro-brasileira.

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Lideranças religiosas como Pai Adailton, Mãe Meninazinha de Oxum e Babalorixá Gustavo de Oxóssi, além de representantes do governo, participaram do debate. Entre eles, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, a coordenadora-geral da ONG CRIOLA, Lúcia Xavier, e Edmilton Cerqueira, do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar.

Plano com ações interministeriais

O plano reúne 93 ações em parceria com 11 ministérios, entre elas a capacitação de agentes da segurança pública para lidar com casos de racismo religioso, uma das principais demandas da comunidade. A ministra Anielle Franco reforçou a necessidade de transformar o plano em realidade.

“Não podemos naturalizar as violências sofridas pelo povo preto. Esse plano é um primeiro passo, mas sabemos que não se esgota nisso. Além de recursos e vontade política, é preciso que ele seja implementado com eficácia para não se tornar mais uma ação que se perdeu no caminho. Enquanto eu estiver aqui, vou lutar por isso”, afirmou a ministra em nota para a imprensa.

Lúcia Xavier, da ONG CRIOLA, destacou a importância do orçamento para a efetividade das políticas públicas. 

“Sabemos que o MIR tem um orçamento muito baixo em relação a outros ministérios, mas solicitamos um olhar atento à questão orçamentária para políticas de enfrentamento. A luta da população negra pelo reconhecimento a se ter direito passa, principalmente, pelas mulheres negras. Então, conte conosco para seguir com o trabalho de incidência política para avançarmos ainda mais”.

Lançamento do Prêmio Erê Dendê

Durante o evento, o MIR também lançou o edital do Prêmio Erê Dendê: a Sabedoria dos Terreiros, em parceria com a Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB). A premiação reconhecerá obras infantojuvenis que promovam a valorização das culturas de terreiro.

Serão contemplados nove autores avaliados pelo júri oficial e um autor pelo júri popular, com prêmios de R$ 20 mil para cada vencedor. O edital busca incentivar a literatura que celebra as tradições e a sabedoria dos povos de matriz africana, ampliando o alcance dessas histórias entre as novas gerações.

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  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

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