O Ministério da Saúde recebeu, nesta quarta-feira (19), integrantes da Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (Conaq) para discutir o fortalecimento das políticas de saúde para comunidades tradicionais. O encontro contou com a participação de todas as secretarias do ministério e apresentou as demandas centrais e as principais políticas para os territórios quilombolas.
Durante as discussões, o assessor da Secretaria-Executiva, Yuri Brito, destacou que as demandas se alinham com as iniciativas já estruturadas pelo ministério, como a Estratégia Antirracista para a Saúde, lançada no ano passado.
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“É uma estratégia de ação que tem incidência no processo de administração, formação e gestão do Ministério da Saúde, mas com a ambição de se tornar um modelo replicável para estados e municípios, que eventualmente contribua na na própria humanização dos serviços”, contou.
A Estratégia Antirracista para a Saúde tem como finalidade atender às complexidades próprias da população quilombola, negra, indígena e cigana, além de minorias como migrantes, refugiados e apátridas.
As prioridades incluem a saúde da mulher negra, o cuidado materno-infantil, saúde mental, educação em saúde, promoção da saúde sexual baseada na diversidade, atendimento integral a pessoas com doença falciforme, representatividade étnico-racial entre os colaboradores do ministério e respeito à diversidade cultural e religiosa.
Para implementar essa estratégia, o ministério pretende promover ações afirmativas que incentivem a diversidade étnico-racial entre os colaboradores de todos os níveis, capacitar as forças de trabalho que compõem a pasta e o SUS, produzir e monitorar indicadores raciais nas ações de saúde e direcionar recursos para a equalização dos indicadores de saúde.
Além disso, a pasta planeja criar um grupo de trabalho para planejamento de ações interministeriais e desenvolver a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da População Quilombola.
“Nós sabemos que avançamos demais, mas temos que continuar avançando, porque o racismo continua nos matando, então não podemos parar”, afirmou a Coordenadora Nacional do Coletivo de Saúde da Conaq, Maria das Graças Epifânio da Silva.