Nesta semana acontece o Seminário Internacional da Política Nacional de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas Antirracista, realizado na sede da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), em Brasília (DF). O evento reúne convidados nacionais e internacionais e inclui relatos de experiências antirracistas aplicadas no contexto do Sistema Único de Saúde (SUS), com foco nos Centros de Atenção Psicossocial (Caps).
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, esteve presente na abertura do seminário, na segunda-feira (20), e destacou a importância da luta antimanicomial no Brasil, vinculando-a ao enfrentamento da desigualdade étnico-racial. “Toda a luta antimanicomial no Brasil é importante e precisamos destacar o enfrentamento à desigualdade étnico-racial. Sobretudo, aquela que diz respeito à cor e raça das pessoas que ficaram, majoritariamente, no sistema manicomial e foram vítimas de uma terrível forma de exclusão e opressão”, declarou Nísia.
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Um dos assuntos discutidos no evento foi a persistência das desigualdades no acesso aos serviços de saúde mental e na qualidade do tratamento para grupos étnico-raciais historicamente marginalizados. A diretora do Departamento de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas (Desmad) do Ministério da Saúde, Sônia Barros, destacou que a luta antimanicomial deve ser integrada à luta antirracista.
“O manicômio e o racismo são construções sociais que devem ser enfrentadas e derrotadas no mesmo movimento. A atenção psicossocial é um processo social complexo voltado para atender as necessidades de saúde mental”, ressaltou Sônia.
O seminário, que continua até quarta-feira (22), inclui oficinas para troca de experiências sobre práticas, desafios e estratégias na promoção da equidade racial e combate ao racismo nos serviços públicos de saúde mental.