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MP da Bahia defende modelo prisional alternativo para reduzir reincidência criminal

Assembleia Legislativa do estado baiano discute implantação da Apac, método com foco na valorização humana, para reforma do sistema prisional
Imagem mostra um presídio. Há uma placa escrito "Área de segurança".

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

16 de agosto de 2024

A Assembleia Legislativa da Bahia promoveu na terça-feira (13) uma audiência pública para discutir a implantação do modelo prisional alternativo da Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (Apac), defendido pelo Ministério Público estadual. 

O coordenador do Grupo de Atuação Especial de Execução Penal (Gaep), promotor de Justiça Edmundo Reis, apresentou o modelo  como uma alternativa mais humanizada ao sistema prisional tradicional. Reis destacou que a Apac tem mostrado uma taxa de reincidência significativamente menor em comparação ao sistema convencional, com índices de apenas 13,9% contra 70% a 80% no sistema prisional ordinário no Brasil.

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A mesa de discussão contou com a presença da promotora de Justiça Márcia Munique de Oliveira e da promotora de Justiça Andréa Ariadna, e foi conduzida pelo deputado estadual Bobô. Durante a audiência, foi decidido que será criado um grupo de trabalho na Assembleia Legislativa da Bahia para estudar e discutir a viabilidade da implantação do modelo Apac no estado, com o objetivo de encaminhar um eventual projeto de lei sobre o assunto.

Edmundo Reis destacou que o modelo aposta na consciência e na disposição do preso em se reintegrar à sociedade, e enfatizou que a comunidade desempenha um papel crucial nesse processo. Além disso, ressaltou que o sistema Apac é mais econômico, com custo da metade do valor necessário para o sistema prisional convencional, e oferece um tratamento mais respeitoso à dignidade dos presos

“O objetivo da privação de liberdade não é apenas separar a pessoa do núcleo social, mas reinseri-la e interromper o ciclo de reincidência,” afirmou Reis, segundo nota do MP-BA.

A promotora Márcia Munique destacou que a Apac, que teve início em São Paulo e já foi implantada em Minas Gerais com resultados positivos, é uma alternativa viável e não substituirá o sistema prisional tradicional, mas pode complementar as estratégias de ressocialização

Valdeci Ferreira, fundador da Apac de Itaúna e assessor do método Apac na ONU, reforçou a importância do modelo, afirmando que as prisões convencionais muitas vezes servem como “universidades do crime” e que a Apac representa uma verdadeira revolução no sistema penitenciário.

A audiência pública ressaltou a necessidade de explorar alternativas que ofereçam uma abordagem mais eficaz e humanizada para a recuperação dos condenados, alinhando-se às diretrizes do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), que incentiva a implantação de Apacs nos estados.

  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

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