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Na ONU, Sonia Guajajara defende liderança indígena em negociações ambientais

Ministra dos Povos Indígenas concluiu missão internacional com discurso em defesa do protagonismo indígena na justiça climática
Sonia Guajajara durante a 23ª Cerimônia de Abertura do 23º Fórum Permanente das Questões Indígenas, na sede da ONU, em Nova Iorque. Durante o evento, a ministra discursou em defesa da liderança dos povos indígenas no processo de justiça climática.

Foto: Leo Otero/Ascom MPI

18 de abril de 2024

A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, concluiu sua segunda missão internacional diplomática de 2024 com um discurso no Plenário Principal da ONU, durante a Cerimônia de Abertura do 23º Fórum Permanente das Questões Indígenas, em Nova York, nos EUA. Guajajara enfatizou a importância da justiça climática e destacou a presença vital dos povos indígenas nas negociações ambientais.

Em sua fala, a ministra ressaltou que aproximadamente metade dos minerais necessários para a transição energética estão localizados em territórios indígenas, assim como uma parcela significativa do potencial de energia renovável. Ela defendeu a participação ativa dos povos indígenas no desenvolvimento de estratégias e projetos de energia renovável, destacando seu papel na promoção da capacitação econômica e coesão social.

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“Não é possível imaginar o racismo ambiental crescer neste processo. Temos que mostrar que a extrema direita e os negacionistas climáticos crescerão se aumentarem as desigualdades sociais com as mudanças do clima”, defendeu a ministra, segundo nota ministerial.

Guajajara também comentou sobre a importância da proteção e regularização das Terras Indígenas, bem como a necessidade de apoio aos povos que estão na linha de frente da defesa ambiental. Ela enfatizou a integração da agenda ambiental com a agenda dos direitos humanos, visando proteger ambientalistas e garantir o consentimento livre, prévio e informado dos indígenas, conforme previsto na Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) 

A ministra indicou a COP30, programada para novembro de 2025 em Belém (PA), como um marco importante para promover a agenda socioambiental indígena. Ela defendeu a valorização dos conhecimentos ancestrais, o fortalecimento das línguas, da cultura e dos modos de vida indígenas, destacando a importância de fortalecer a juventude e aumentar o protagonismo das mulheres indígenas.

Parte do corpo consultivo do Conselho Social e Econômico da ONU, o Fórum Permanente sobre Questões Indígenas aborda temas relacionados ao desenvolvimento econômico e social, cultura, meio ambiente, educação, saúde e direitos humanos dos indígenas. 


A ONU apontou, durante o encontro, desafios enfrentados pelos povos indígenas, incluindo a falta de financiamento adequado, especialmente para mulheres e meninas indígenas, a discriminação racial e a dificuldade na coleta e análise de dados para viabilizar doações diretas para as populações indígenas. A implementação de mecanismos que eliminem obstáculos burocráticos é apontada como crucial para garantir a autonomia dos povos indígenas em suas ações.

  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

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