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Neon Cunha, a candidata por uma “democracia radical” em São Paulo

Em entrevista para a Alma Preta, a candidata à vereadora destacou o compromisso com a população negra e as transformações que pretende desenvolver na cidade; Neon Cunha conta com o apoio de Sueli Carneiro, Cida Bento, Anielle Franco e até Angela Davis
Neon Cunha é candidata à vereadora da cidade de São Paulo. Foto: Celso Tavares

Foto: vereadora da cidade de São Paulo. Foto: Celso Tavares

5 de outubro de 2024

Mulher negra, ameríndia e transgênera, Neon Cunha se apresenta dessa maneira, nessa ordem, como uma candidata à vereadora para construir uma “democracia radical” na cidade de São Paulo.

Para isso, a candidata do PSOL, em entrevista para a Alma Preta, conta que a campanha foi formulada ao lado das catadoras de lixo reciclável, dos terreiros de axé e dos moradores das periferias da capital. “Nossas propostas foram elaboradas a partir dessa escuta, e procuram focar nessa cidade que é de infinitas possibilidades, mas que precisa reafirmar que é direito de todas as pessoas que estão nela de a usufruírem da mesma forma”, afirma.

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Essa não é a primeira tentativa de Neon Cunha na política institucional. Em 2022, concorreu à deputada estadual pelo PSOL em São Paulo e alcançou os 35 mil votos. Agora, com uma campanha mais sólida, pretende se tornar vereadora e apresentar propostas para mudar a vida das pessoas negras, das periferias e LGBTQIAPNB+.

“Quando pensamos na segurança pública, falamos de fiscalizar e pensar mais medidas que acabem com o extermínio da população negra pela polícia. Na educação, lembramos da necessidade de termos o ensino da história e cultura afro-brasileira, indígena e africana nas escolas, e de pensarmos medidas que combatam o racismo já na educação. Uma das propostas mais importantes é a garantia da creche desde o pré-natal, medida que muda tudo na construção de uma família, seja ela como for”, explica.

Apoio da luta antirracista

A ativista do movimento negro agregou o apoio de figuras importantes, como a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, a fundadora de Geledés, Sueli Carneiro, e a fundadora do CEERT, Cida Bento. Outra que gravou um vídeo de apoio foi a ativista norte-americana, Angela Davis. Para Neon Cunha, o compromisso com a pauta da população negra é fundamental.

“Entendendo que raça define classe social, e que raça antecede tudo. Uma mulher negra e transgênera, com mais de 40 anos trabalhando na administração pública, sabe olhar a política institucional como caminho para colocar em prática o que vivencia e ouve na vida cotidiana. É urgente que essa percepção esteja nesses espaços, fiscalizando, criando legislação para a defesa e construção de uma humanidade que segue sendo negada para a população negra, para a população LGBTQIAPNB+ e outros tantas exclusões sociais”, explica.

Neon Cunha também é publicitária, diretora de arte, com atuação no setor da moda, com colaboração com a marca Isaac Silva, no Brasil. Ela ainda apresentou propostas para o campo da moda na cidade. Um dos projetos apresentados é o “Costurando Sonhos”, com a ideia de organizar um negócio de impacto social para capacitar mulheres como costureiras para que tenham independência financeira.

  • Pedro Borges

    Pedro Borges é cofundador, editor-chefe da Alma Preta. Formado pela UNESP, Pedro Borges compôs a equipe do Profissão Repórter e é co-autor do livro "AI-5 50 ANOS - Ainda não terminou de acabar", vencedor do Prêmio Jabuti em 2020 na categoria Artes.

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