PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Novo secretário de Segurança Urbana de São Paulo possui histórico de acusação de racismo institucional

Orlando Morando foi convidado ao cargo pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB), empossado para o 2º mandato nesta terça-feira (1º)
Imagem do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, e do secretário de Segurança Pública, Orlando Morando. Morando, ex-prefeito de São Bernardo do Campo, possui acusações de racismo institucional durante a sua gestão.

Foto: Reprodução/Instagram Ricardo Nunes

2 de janeiro de 2025

O prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o vice-prefeito Mello Araújo (PL) assumiram na quarta-feira (1º) o novo mandato à frente da Prefeitura de São Paulo. Durante a cerimônia de posse, também foi oficializada a nomeação de Orlando Morando, ex-prefeito de São Bernardo do Campo, como secretário de Segurança Urbana da capital paulista.

A escolha de Morando, anunciada por Nunes no dia 27 de dezembro de 2024, gerou reações negativas de organizações sociais, incluindo a Uneafro Brasil, que manifestou “profundo repúdio” à nomeação. 

Quer receber nossa newsletter?

Você encontrá as notícias mais relevantes sobre e para população negra. Fique por dentro do que está acontecendo!

A organização do movimento negro já havia denunciado o político ao Fórum Permanente sobre Afrodescendentes da Organização das Nações Unidas (ONU), acusando-o de práticas de racismo institucional durante sua gestão em São Bernardo do Campo.

Histórico de racismo institucional

Orlando Morando foi denunciado à ONU por ações consideradas discriminatórias durante sua gestão em São Bernardo do Campo, onde governou por dois mandatos.

Entre as acusações está o desmonte de serviços públicos voltados à população negra, como o despejo do Projeto Meninos e Meninas de Rua, que atendia crianças em situação de vulnerabilidade.

A Uneafro também apontou a retirada de aulas de capoeira das escolas, a falta de condições para implementar o ensino de história africana e indígena nas instituições de ensino e a supressão de manifestações culturais em espaços públicos, como a Batalha da Matrix, tradicional evento de rap e cultura urbana no centro da cidade.

Em resposta às acusações, Morando processou dois membros da Uneafro por calúnia e difamação, mas perdeu em duas instâncias, com a última decisão sendo proferida em novembro de 2024.

Críticas à nomeação

Débora Dias, coordenadora da Uneafro, criticou a escolha de Orlando Morando para a Secretaria de Segurança Urbana de São Paulo, destacando a necessidade de gestores com entendimento técnico e político para lidar com a complexidade das dinâmicas de segurança em uma sociedade marcada por desigualdades estruturais.


“A Uneafro entende que o Orlando Morando não reúne nem prerrogativas técnicas, muito menos políticas, para estar à frente da Secretaria de Segurança Urbana. O tema da segurança pública demanda gestores que compreendam as desigualdades raciais, de gênero e de classe que permeiam nossa sociedade”, afirmou Dias ao Brasil de Fato.

Apoie jornalismo preto e livre!

O funcionamento da nossa redação e a produção de conteúdos dependem do apoio de pessoas que acreditam no nosso trabalho. Boa parte da nossa renda é da arrecadação mensal de financiamento coletivo.

Todo o dinheiro que entra é importante e nos ajuda a manter o pagamento da equipe e dos colaboradores em dia, a financiar os deslocamentos para as coberturas, a adquirir novos equipamentos e a sonhar com projetos maiores para um trabalho cada vez melhor.

O resultado final é um jornalismo preto, livre e de qualidade.

  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

Leia Mais

PUBLICIDADE

Destaques

AudioVisual

Podcast

papo-preto-logo

Cotidiano