Nesta terça-feira (25), a Bancada Feminista do PSOL na Câmara Municipal de São Paulo protocolou um pedido de impeachment do secretário do Verde e Meio Ambiente, Rodrigo Ashiuchi, depois da destruição do Teatro Vento Forte e da Casa de Capoeira de Angola Cruzeiro do Sul. Os locais são patrimônios históricos tombados, localizados no Parque do Povo, em São Paulo
Na denúncia, os parlamentares declaram a ação ilegal pela demolição dos prédios localizados em área tombada pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (CONDEPHAAT) desde 1995 e pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (CONPRESP) no ano de 2017.
Quer receber nossa newsletter?
Você encontrá as notícias mais relevantes sobre e para população negra. Fique por dentro do que está acontecendo!
Segundo a resolução do tombamento, qualquer alteração no espaço exige autorização prévia dos conselhos, mas nenhum aviso ou notificação foi enviada pela Subprefeitura de Pinheiros, responsável pela administração dos espaços.
O documento também manifesta a perda do mandato do secretário por improbidade administrativa, racismo religioso e dano de patrimônio. Em 2016, a área foi reconhecida como patrimônio cultural pela Secretaria Municipal de Cultura durante a gestão de Fernando Haddad. A ação aponta o racismo religioso, com a destruição de símbolos e objetos religiosos de matriz africana.
Em comunicado, o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico declarou que a Prefeitura demoliu sem a autorização prévia o Teatro Ventoforte e a Escola de Capoeira Angola Cruzeiro do Sul.
A ação ocorreu no último dia 13 de fevereiro, quando a Prefeitura de São Paulo destruiu o espaço na zona oeste da cidade. Foram destruídos materiais pertencentes à Escola de Capoeira de Angola Cruzeiro do Sul, fundada pelo Mestre Meinha, um dos mais antigos mestres de capoeira angola do estado, instrumento indispensável na promoção da cultura afro no território.
Na mesma área, o Teatro Vento Forte começou sua história na cidade de São Paulo em 1984, quando se transferiu para a capital paulista, próximo da marginal Pinheiros. O lugar se tornou palco de espetáculos e oficinas formativas e acabou se consolidando como referência em arte-educação. Apesar de ameaças de remoção, manteve suas atividades por décadas.
“O secretário do Verde não é dono da cidade para sair destruindo prédios e passando por cima da história, da cultura e da vida das pessoas. Se for comprovada a ilegalidade da ação, a Prefeitura vai ter que pagar pelos danos causados às pessoas”, afirma Silvia Ferraro, covereadora da Bancada Feminista.