O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) observou um aumento significativo nas candidaturas indígenas ao comparar os dados das Eleições Municipais de 2016 e 2020. Os números, no entanto, também mostram que a representatividade dos povos originários no cenário eleitoral permanece baixa.
Segundo o tribunal, o número de candidatas e candidatos que se autodeclararam indígenas cresceu na série histórica que iniciou em 2014, quando a Justiça Eleitoral começou a computar a informação de cor e raça no registro de candidatura.
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Em 2020, a justiça eleitoral registrou 1.721 candidaturas autodeclaradas indígenas, um crescimento de 11% em relação ao pleito anterior, de 2016, com 1.546 perfis semelhantes.
Conforme os dados, o cargo de vereador concentra o maior número de candidatos indígenas, com 1.957 no ano de 2020. Em seguida, o cargo de vice-prefeito contou com 71 candidaturas, enquanto 36 indígenas disputaram a última eleição para chefiar a prefeitura.
Amazonas registrou a maior quantidade de candidatos autodeclarados indígenas nas últimas eleições municipais, com 467 concorrentes aos cargos de prefeito, vice e vereadores. O estado do Mato Grosso do Sul figura logo atrás, em segundo lugar, com 202 candidatos indígenas para os mesmos postos.
Os maiores crescimentos, porém, foram registrados nos estados de: Roraima, com 191%, saindo de 12 candidatos, em 2016, para 35 candidatos em 2020; Rio Grande do Sul, que cresceu 108%, partindo de 58 candidaturas para o registro de 121 concorrentes nas últimas eleições; e Amapá, que cresceu 100%, de 12 para 24 candidaturas indígenas.
Por mais que o crescimento de candidaturas indígenas seja um fato a se comemorar, a efetivação dessas candidaturas está longe de ser satisfatória, informa o tribunal.
“Em 2024, mais de 152 milhões de brasileiras e brasileiros devem comparecer às urnas para eleger candidatas e candidatos aos cargos de prefeito e vice-prefeito, bem como vereadoras e vereadores, e esta será mais uma oportunidade de mudar esse panorama”, ressalta o órgão.