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Saberes tradicionais são fundamentais para combater mudanças climáticas, alerta Ministério

Evento em Belém reuniu academia, comunidades tradicionais e governo para debater soluções climáticas e dar voz à Amazônia
Imagem de uma liderança indígena discursando durante o lançamento do movimento "Ciência e Vozes da Amazônia", promovido pela Universidade Federal do Pará (UFPA). Evento destacou a necessidade da valorização e incorporação dos saberes tradicionais para o combate às mudanças climáticas.

Imagem de uma liderança indígena discursando durante o lançamento do movimento "Ciência e Vozes da Amazônia", promovido pela Universidade Federal do Pará (UFPA). Evento destacou a necessidade da valorização e incorporação dos saberes tradicionais para o combate às mudanças climáticas.

— Alexandre de Moraes/Ascom UFPA

7 de fevereiro de 2025

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) participou, na quarta-feira (5), em Belém (PA), do lançamento do movimento “Ciência e Vozes da Amazônia”, organizado pela Universidade Federal do Pará (UFPA). A iniciativa busca ampliar o diálogo entre academia, comunidades tradicionais, movimentos populares e instituições da região e garantir que as particularidades amazônicas sejam consideradas nas discussões globais sobre mudanças climáticas na COP 30, que será realizada na capital paraense em novembro.

O movimento pretende sensibilizar a comunidade acadêmica e promover o protagonismo das populações locais na formulação de políticas ambientais. 

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O coordenador-geral de Ciência do Clima do ministério, Márcio Rojas, destacou a urgência do debate sobre o clima e a necessidade de integrar saberes científicos e conhecimentos tradicionais na busca por soluções sustentáveis.

Mudanças climáticas e impactos no Brasil

Rojas lembrou que 2024 foi o ano mais quente já registrado, sendo a primeira vez que a temperatura média global ultrapassou 1,5°C. Estudos conduzidos pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), encomendados pelo MCTI, mostram que, nos últimos 60 anos, algumas áreas do Brasil registraram aumento de até 3°C nas temperaturas máximas.

Além do aquecimento, os estudos indicam um crescimento na frequência e intensidade de eventos climáticos extremos, como ondas de calor, secas e enchentes. Rojas reforçou que o conhecimento das comunidades tradicionais deve ser incorporado à tomada de decisão para o enfrentamento das mudanças climáticas e a construção de um modelo de desenvolvimento sustentável.

“Ciência é absolutamente necessária nessa discussão. Os subsídios e as informações que a ciência traz para a tomada de decisão são absolutamente fundamentais, mas não são suficientes para a tomada de decisão. Por isso, o conhecimento tradicional e outras fontes de saber são fundamentais de serem integrados nessa tomada de decisão”, afirmou Rojas em nota governamental.

Universidade e sociedade na construção de soluções

O reitor da UFPA, Gilmar Pereira da Silva, ressaltou a importância do movimento para dar espaço a diferentes segmentos sociais que desejam discutir novas perspectivas sobre clima, preservação das florestas e direitos dos povos indígenas e tradicionais.

“Esse evento é o mais plural possível. A universidade quer se colocar a serviço da sociedade”, disse. “As zonas verde e azul não vão congregar todos nós. Precisamos trabalhar para todas as vozes sejam ouvidas”, explicou.

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  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

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