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Aprovação do Dia Nacional do Funk é marco contra marginalização

O funk, muitas vezes subestimado e estigmatizado, reflete as realidades sociais, os sonhos e as lutas diárias dos jovens negros e periféricos
Na foto, um garoto negro realiza movimentos da dança do passinho, expressão artística popular no Rio de Janeiro.

Na foto, um garoto negro realiza movimentos da dança do passinho, expressão artística popular no Rio de Janeiro.

— A Batalha do Passinho/Divulgação

14 de julho de 2024

A Comissão de Educação e Cultura do Senado Federal aprovou neste mês um projeto de lei que instituí o dia 12 de julho como data a comemorar o Dia Nacional do Funk. O feito é um reconhecimento definitivo da importância do gênero musical e cultural para o país.

A proposta ainda será avaliada pelo Plenário para seguir para sanção presencial, mas já representa um momento significativo para a valorização da cultura periférica no Brasil.

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O funk, originário das comunidades periféricas do Rio de Janeiro na década de 1980, rapidamente se tornou uma das principais expressões culturais das favelas e dos bairros marginalizados. Este gênero musical, muitas vezes subestimado e estigmatizado, reflete as realidades sociais, os sonhos e as lutas diárias dos jovens negros e periféricos. Ao instituir um Dia Nacional do Funk, o Brasil reconhece oficialmente a importância cultural e social do movimento.

A aprovação deste dia comemorativo no Senado não é apenas um marco cultural, mas também um passo importante na luta contra o racismo e a marginalização. O funk, sendo uma expressão genuína da juventude negra e periférica, tem sido frequentemente criminalizado e censurado. No entanto, ao mesmo tempo, tem sido um veículo de empoderamento, dando voz às comunidades que são frequentemente silenciadas. A oficialização do Dia Nacional do Funk é, portanto, uma vitória contra o preconceito e a discriminação.

O Dia Nacional do Funk é mais do que uma celebração da música; é um reconhecimento do valor e da resistência das comunidades periféricas. É uma forma de afirmar que nossa cultura, nossas vozes e nossas histórias importam. Este dia simboliza a luta contra o racismo estrutural e a marginalização cultural que sofremos diariamente.

O funk é uma manifestação da resiliência e criatividade das periferias. Suas letras muitas vezes tratam de temas sociais, políticos e econômicos, trazendo à tona questões que são ignoradas pelas esferas de poder. Ao dar visibilidade a essas questões, o funk atua como uma ferramenta de conscientização e transformação social. Celebrar o Dia Nacional do Funk é, portanto, celebrar a resistência e a luta por direitos e igualdade.

Além disso, a oficialização deste dia fortalece a identidade cultural das comunidades que produzem e vivem o funk. Ela proporciona um reconhecimento oficial que pode ajudar a combater os estigmas e preconceitos associados a este gênero musical. Também é uma oportunidade para promover a educação e a conscientização sobre a rica história e a importância do funk na cultura brasileira.

Espera-se que, com a sanção presidencial, esta data seja celebrada anualmente, proporcionando um momento para refletir sobre as contribuições do funk para a sociedade brasileira e para reforçar a luta contra o racismo e a marginalização.

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  • Felipe Ruffino

    Felipe Ruffino é jornalista, pós-graduado em Assessoria de Imprensa e Gestão da Comunicação, possui a agência Ruffino Assessoria e ativista racial, onde aborda pautas relacionada à comunidade negra em suas redes sociais @ruffinoficial.

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