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Caso do Colégio Bandeirantes é mais um alerta sobre o impacto do racismo na saúde mental dos jovens

Os desafios são muitas vezes amplificados para crianças e adolescentes negros, que além de lidarem com as pressões comuns a essa fase da vida, também enfrentam o racismo, a discriminação e a exclusão social
Alunos do Colégio Bandeirantes, em São Paulo, protestam após morte de estudante vítima de racismo e LGBTfobia.

Foto: Reprodução

24 de agosto de 2024

O trágico episódio envolvendo um estudante negro e LGBTQIAPN+ de apenas 12 anos do Ensino Fundamental do Colégio Bandeirantes, um dos mais caros e renomados da capital paulista, acendeu novamente o alerta sobre a saúde mental dos adolescentes. Este caso é mais um a revelar a urgência de um diálogo mais profundo e contínuo sobre o bem-estar emocional dos jovens, e a necessidade de prestar atenção aos sinais que podem indicar sofrimento, especialmente em um ambiente escolar.

Adolescentes enfrentam pressões intensas, desde o desempenho acadêmico até as expectativas sociais e familiares. A jornada pela adolescência, que já é desafiadora por natureza, pode se tornar ainda mais complicada quando há falta de apoio emocional e compreensão por parte dos adultos responsáveis. Infelizmente, esses desafios são muitas vezes amplificados para crianças e adolescentes negros, que além de lidarem com as pressões comuns a essa fase da vida, também enfrentam o racismo, a discriminação e a exclusão social.

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Pesquisas recentes indicam que crianças e adolescentes negros são mais propensos a sofrer com questões de saúde mental devido às múltiplas camadas de opressão que enfrentam. O racismo estrutural, presente em diversas esferas da sociedade, contribui para a criação de um ambiente hostil, que pode levar ao isolamento e à baixa autoestima. Nesse contexto, é fundamental que as famílias e as instituições de ensino estejam atentas e dispostas a oferecer suporte emocional e psicológico adequado, reconhecendo e combatendo as desigualdades que permeiam a vida dessas crianças.

A família tem um papel crucial nesse processo, sendo o primeiro espaço de acolhimento e compreensão. É essencial que os pais e responsáveis estejam atentos às mudanças de comportamento, abertos ao diálogo e prontos para buscar ajuda especializada quando necessário. Ao promover um ambiente de apoio e empatia, podemos ajudar nossos filhos a navegar por essa fase da vida com mais segurança e confiança.

Neste momento delicado, a união entre família, escola e sociedade é vital para garantir que nenhum jovem enfrente sozinho suas batalhas internas. A conscientização e o combate ao racismo, aliado ao cuidado com a saúde mental, são passos fundamentais para construirmos um futuro mais justo e acolhedor para todos.

Caso você esteja passando por um momento difícil, procure o Centro de Valorização da Vida (CVV), que oferece atendimento gratuito e sigiloso presencial e através do telefone 188, por e-mail e por chat, 24 horas por dia.

  • Felipe Ruffino

    Felipe Ruffino é jornalista, pós-graduado em Assessoria de Imprensa e Gestão da Comunicação, possui a agência Ruffino Assessoria e ativista racial, onde aborda pautas relacionada à comunidade negra em suas redes sociais @ruffinoficial.

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