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Na África, apenas nove países não têm casos de coronavírus

30 de março de 2020

Já são 31 países africanos que impuseram fechamento total de suas fronteiras, outros 12 proíbem tráfego internacional de aviões

Texto / Solon Neto | Edição / Simone Freire | Imagem / Reprodução

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O continente africano já soma 4.760 casos do Covid-19, o novo coronavírus, além de 146 mortes, segundo dados do Centro para o Controle e Prevenção de Doenças da África (CDC), divulgados na manhã desta segunda-feira (30). Diante dos números, diversos países estão tomando medidas para conter o avanço da pandemia no continente.

Dos 55 países africanos, apenas oito não relataram casos do novo coronavírus: Lesoto, Serra Leoa, Burundi, Botsuana, São Tomé e Príncipe, Malauí, Comores, Sudão do Sul e Saara Ocidental*.

A região norte, mais próxima do continente europeu, é a mais afetada. Lá, Argélia, Egito, Marrocos, Tunísia e Líbia somam juntos 1.922 casos e 105 mortes.

A exceção é a África do Sul, o país mais infectado pela Covid-19 no continente africano. A nação arco-íris já declarou “estado de emergência” e nesta segunda-feira (30) chegou aos 1.280 casos confirmados, além de uma morte. Hoje, o país inicia a primeira semana sob quarentena nacional, prevista para durar pelo menos três semanas.

“Neste momento é abundantemente claro que a maneira mais efetiva para uma sociedade conter o espalhamento da doença é a população permanecer em casa e fisicamente isolada por pelo menos algumas semanas”, disse o presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, em declaração publicada nesta segunda-feira (30).

A Nigéria, o país mais populoso da África, chegou aos 111 casos confirmados e uma morte, e também impõe quarentena de 14 dias a alguns estados, incluindo Lagos, que tem uma população de mais de 20 milhões de pessoas. O país também já decidiu fechar suas fronteiras.

 

Já são 31 países africanos que impuseram fechamento total de suas fronteiras, outros 12 proíbem tráfego internacional de aviões, cinco impõem restrições à viagens para países específicos e três impedem a entrada de cidadãos de determinados países. A maioria dos estados africanos também impôs medidas de quarentena para pessoas que vieram de áreas de risco no exterior.

“Evolução gravíssima”

A falta de infraestrutura no continente tem preocupado autoridades internacionais, tais como as da Organização Mundial da Saúde (OMS). A diretora regional do escritório da OMS, Matshidiso Rebecca Moeti, disse ao canal France24 na sexta-feira (27) que a situação do continente é “muito preocupante” e que há uma “evolução gravíssima da doença no continente”.

Moeti destacou que ao longo do último mês houve um crescimento rápido de casos na África e que, por isso, pediu que os esforços sejam intensificados pelos países.

Integração continental

A União Africana lançou em 2017 um centro de saúde pública voltado para pensar estratégias continentais para o setor. O Centro para o Controle e Prevenção de Doenças da África (CDC), parte a União Africana, é liderado pelo Dr. John Nkengasong, e tem trabalhado no controle da pandemia dentro da África.

 Idealizado para o monitoramento, pesquisa, análise e alertas de anomalias na África, o centro tem mantido uma base de dados sobre a disseminação da doença no continente e dispara boletins diários com os números da Covid-19.

No início de março, o diretor do CDC africano declarou que a estratégia do centro é capacitar os estados-membros para acelerar a resposta à pandemia. Até aquele momento, o centro havia treinado membros de laboratórios de 43 países africanos para isolar, transportar e iniciar os testes necessários. O centro também tem disponibilizado testes para identificação da Covid-19

Nkengasong tem pedido esforço coletivo dos africanos, incluindo os jovens, para enfrentar a pandemia. “Se nós fizermos isso, nós vamos tornar possível vencermos a luta contra a Covid-19, que é uma luta que a África precisa vencer, ou senão torna-se uma ameaça existencial para todos nós”, disse, em declaração na quinta-feira (26).

*O Saara Ocidental não é um estado-membro da ONU e não é reconhecido pelo Marrocos. No entanto, o país é membro e também reconhecido pela União Africana, que compilou os dados utilizados nesta matéria.

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