Às memórias das pessoas comuns estão quase sempre ligadas a oralidade, assim como muitas memórias dos negros em África e na diáspora também.
O apagamento da nossa história é parte importante para manutenção do ideário racista no Brasil, em toda diáspora e até em África por isso qualquer possibilidade de resgate das nossas memórias me traz uma felicidade imensa.
Quer receber nossa newsletter?
Você encontrá as notícias mais relevantes sobre e para população negra. Fique por dentro do que está acontecendo!
Nos últimos tempos tenho assistido a passos importantes deste resgate no Brasil: os acervos negros do AEL na Unicamp, (Milton Barbosa, Geledés, Januário Garcia e outros), o Instituto Lélia Gonzalez, a biografia de Sueli Carneiro, a biografia de Milton Barbosa, a série sobre Osvaldo Rafael Pinto. Aguardando iniciativas que resgatem a importância de Eduardo de Oliveira e Oliveira, Tereza Santos, Hamilton Bernardes Cardoso e outras e outros.
É de vital importância que nosso povo tenha acesso a duas exposições em São Paulo: ‘João Cândido, 90 anos – Histórias Silvafricanas’, que está no Centro Cultural dos Correios, no Vale do Anhangabaú, até o próximo dia 8/4, e ‘Memórias do Futuro – Cidadania Negra, Antirracismo e Resistência’, que está no Memorial da Resistência, no Largo General Osório, até o próximo dia 14/5.
Quem tem história, tem cultura, quem tem cultura é um povo, um povo tem elementos pra lutar por seus direitos. O povo negro de posse de sua história tem força pra lutar contra o racismo, contra a subcidadania, contra todas as formas de opressão.
*Regina Lúcia dos Santos é coordenadora estadual do MNU-SP e Milton Barbosa é um dos fundadores e coordenador nacional de honra do MNU.
Leia também: Precisamos enegrecer os espaços de poder