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Peça sobre Lima Barreto mostra que dá para ser militante sem abrir mão da arte

Monólogo interpretado por Sidney Santiago Kuanza retrata a vida do escritor negro, que morreu sem ter tido o devido reconhecimento para a literatura
Imagem mostra Sidney Santiago Kuanza durante apresentação da peça sobre Lima Barreto.

Foto: Fredo Peixoto

8 de fevereiro de 2024

Por: Regina Lucia dos Santos

No início de 2024, fui a pré-estreia de “A Solidão do Feio”, em cartaz no no Sesc Pinheiros até 9 de fevereiro, onde o ator Sidney Santiago Kuanza retrata a vida de Lima Barreto (1881-1922). O escritor negro morreu sem a sociedade brasileira dar a devida importância a sua genialidade, sem o merecido reconhecimento para a literatura brasileira.

A peça é magnífica porque retrata o racismo e as mazelas da vida de Lima Barreto de uma forma perspicaz, sendo cômica, dramática, engraçada, leve, pesada, vibrante, tudo ao mesmo tempo.

O ator Sidney Santiago Kuanza está magistral. A interpretação está impecável, nem Lima Barreto desempenharia melhor o seu papel. São as nossas negrices sendo entregues a todo o público de forma a fazê-los querer conhecer mais Lima Barreto, querer entender as mazelas do racismo e da pobreza que aflige tantos brasileiros e brasileiras.

A arte pode ser militante sem abrir mão, um centímetro sequer, de ser arte, das mais nobres, do melhor que houver. Como disse o Sidney: a peça é um ato do movimento negro e como todo ato do movimento negro é também festa e beleza.

Agradeço ao Sidney Santiago Kuanza e a toda equipe, a Cia Os Crespos, por tamanha entrega.

Regina Lucia dos Santos é geógrafa, ativista e coordenadora de formação do Movimento Negro Unificado (MNU), em SP.

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