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Precisamos enegrecer os espaços de poder

Regina Lúcia dos Santos e Milton Barbosa, coordenadores do Movimento Negro Unificado (MNU), debatem a importância da presença negra nos espaços de poder

Imagem: Nelson Junior/STF

Foto: Imagem: Nelson Junior/STF

24 de março de 2023

Se olharmos as instituições do executivo, legislativo e judiciário no Brasil, nós vamos ver, sem muito esforço, que os cargos de poder destas instituições tem como retrato, quase que na sua totalidade, um homem branco, de meia idade, de família com tradição ou dinheiro, talvez as duas coisas. Chega a ser escandaloso, num país com 56% de população negra, a completa ausência de negras e negros nos cargos de poder das instituições brasileiras.

A luta do movimento negro, os avanços das discussões, das conquistas, das pautas caras a população negra ainda não se refletiram numa maior diversidade na composição destas instituições.

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A população negra precisa que as instituições brasileiras tenham um mínimo de letramento racial, sensibilidade e empatia para que a leitura das suas necessidades sejam feitas com cuidado. Para que isso aconteça, precisamos enegrecer estas instituições. A diversidade racial coloca olhares de sujeitos de formações diferenciadas e isto enriquece nossa realidade.

Em breve, o STF passará por uma renovação [devido à aposentadoria do ministro Ricardo Lewandowski] e é 8*agora a hora. Nós podemos ter uma mulher negra, trazendo novos elementos sociais para a suprema corte, o que daria provas de que estamos caminhando para novos tempos de verdade.

*Regina Lúcia dos Santos é coordenadora estadual do MNU-SP e Milton Barbosa é um dos fundadores e coordenador nacional de honra do MNU.

Leia também: Racismo é crime e, como tal, deve ser punido

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