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Relação de respeito e cuidado do Candomblé com a natureza é uma lição para enfrentar crise climática

A relação entre os Orixás e os quatro elementos naturais oferece uma nova perspectiva para o enfrentamento da crise climática
Imagem mostra duas pessoas do candomblé em contato com a natureza.

Foto: Reprodução

16 de novembro de 2024

O Candomblé, religião de matriz africana, traz uma visão profunda e reverente do meio ambiente. Para os seguidores dessa tradição, os Orixás são mais do que representações de forças naturais – eles são a própria natureza.

Esta compreensão reflete-se em uma relação de cuidado e respeito com cada elemento natural. Rios, florestas, montanhas e ventos são consideradas manifestações dos Orixás e, por isso, são tratados como parte sagrada da vida. O ato de preservar o meio ambiente, portanto, transcende a sustentabilidade prática, tornando-se um dever espiritual, uma reverência à própria essência divina do universo.

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A prática do Candomblé orienta sua fidelidade a viver em sintonia com a natureza, respeitando os ciclos naturais e cuidando dos recursos que sustentam a vida. Não é apenas uma questão de preservação, mas de continuidade dos próprios princípios espirituais.

Cada ritual, cada oferenda e cada ato no culto aos Orixás são pautados por esse entendimento holístico, que enxerga o equilíbrio ambiental como parte essencial do equilíbrio espiritual. Assim, cuidar dos rios, das florestas, da qualidade do ar e da fertilidade do solo é uma forma de honrar e proteger os próprios Orixás, garantindo a harmonia entre o ser humano e o mundo natural.

“O Candomblé nos ensina que a natureza é sagrada. Respeitar os Orixás é, acima de tudo, respeitar o meio ambiente. Cada elemento tem sua função e precisa ser preservado, assim como os ensinamentos ancestrais nos guiam para uma convivência harmônica com o planeta”, afirma o Baba Thales.

A crise climática, para o Candomblé, não é vista apenas como um problema ambiental, mas também como um alerta espiritual. Em tempos de manipulação ambiental e exploração desenfreada dos recursos, a sabedoria do Candomblé ressoa como um chamado à responsabilidade coletiva. A relação sagrada com a natureza, ensinada às gerações, lembra-nos que cuidar do meio ambiente é essencial para a preservação da vida e da nossa própria espiritualidade.

Ao considerar que os Orixás são a própria natureza, o Candomblé reforça uma mensagem de preservação e respeito que ultrapassa as fronteiras de sua fé. Essa visão se conecta com a urgência global de proteger o planeta e resgata a compreensão de que a convivência em harmonia com a natureza é o caminho para um futuro melhor.

“O Candomblé nos ensina que a natureza é sagrada. Respeitar os Orixás é, acima de tudo, respeitar o meio ambiente. Cada elemento tem sua função e precisa ser preservado, assim como os ensinamentos ancestrais nos guiam para uma convivência harmônica com o planeta”, afirma o Baba Thales.

  • Felipe Ruffino

    Felipe Ruffino é jornalista, pós-graduado em Assessoria de Imprensa e Gestão da Comunicação, possui a agência Ruffino Assessoria e ativista racial, onde aborda pautas relacionada à comunidade negra em suas redes sociais @ruffinoficial.

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