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As obras que buscam redefinir a realidade e a perspectiva africana que todos deveriam conhecer

20 de fevereiro de 2019

Kwame Asafo N. Atunda, da Medu Neter-Livros, listou algumas publicações que discutem o povo negro dentro e fora de África

Texto / Kwame Asafo N. Atunda
Imagem / Reprodução

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A Medu Neter-Livros tem como missão a divulgação de autores africanos nascidos na diáspora e na terra mãe. Para a libertação de nosso povo temos que neutralizar a colonização e a universalização do saber feito pelos agentes do eurocentrismo, como disse a mais velha Dra Marimba Ani; “nossa cultura é nosso sistema imunológico” e para isso devemos redefinir a nossa realidade, a nossa perspectiva africana.

Confira a lista de livros abaixo:

A deseducação do Negro – Carter G. Woodson

Neste trabalho, Dr. Woodson demonstra como a educação do negro é feita para doutrina-lo e conseqüentemente o tornar um “leproso social”. Dr. Carter G. Woodson não só aponta os sintomas da doença, mas também indica a medicação!

a deseducação do negro

A Nova Segregação: racismo e encarceramento em massa – Michelle Alexander

Para destruir uma raça basta simplesmente atacar sua parte masculina. Alexander descreve como os Estados Unidos aprisionam um terço de sua população africano-americana. Qualquer semelhança com o Brasil não é mera coincidência. Quando combinado com o fato de que os brancos são mais propensos a cometer crimes de drogas do que pessoas negras, a questão fica clara para Alexander: “Os alvos primários do controle [do sistema penal] podem ser definidos em grande parte pela raça”.

Isso, em última análise, leva Alexander a acreditar que o encarceramento em massa é “um sistema incrivelmente abrangente e bem disfarçado de controle social racializado, que funciona de maneira muito semelhante a Jim Crow. “O ponto culminante desse controle social é o que Alexander chama de “sistema de castas raciais”, um tipo de estratificação em que as pessoas de cor são mantidas em uma posição inferior. E alvo dessa perseguição tem sido o Homem preto.

Civilização ou Barbárie – Cheikh Anta Diop

Em Civilization ou Barbárie, Cheikh Anta Diop oferece uma reinterpretação inteligente e baseada em fatos das falsas doutrinas apresentadas pelos racistas europeus brancos no século XIX. As falsas crenças de que o Egito era uma civilização branca e de que a civilização negra fracassou em contribuir para a base coletiva de conhecimento da humanidade são efetivamente contrabalançadas por evidências lingüísticas, históricas e arqueológicas que apontam para um Egito Negro a origem africana de civilizações antigas e sofisticadas. Dr. Diop aborda as origens da humanidade a partir de uma abordagem paleontológica, revelando que tanto os primeiros humanos quanto os primeiros habitantes da Europa eram negros.

Gênios da Humanidade – Carlos Machado

Um livro apaixonante, que abordará todas as aéreas do conhecimento da humanidade desenvolvidos por africanos desde à antiguidade a contemporaneidade. E um passeio histórico sobre a participação dos Negros nas áreas biológicas, humanas e exatas. Na mais pura tradição Diopina o autor Carlos Machado tira o véu racista sobre a África como um continente a margem da história e das conquistas humanas, sendo lá o berço da civilização, da filosofia, religião e tecnologia.

Bantos, Malês e Identidade Negra – Nei Lopes

Pérola, é a definição para esse trabalho de Nei Lopes (Te amo mestre). Além de fazer uma análise entre Negritude e Islã, o livro desmistifica a Iorubarização feita no Brasil. O livro conta a trajetória de personagens históricas como Rainha Njinga aos Reis do Congo. E também sobre a influência banta na formação da língua portuguesa brasileira.

Jacobinos Negros – C.R.L. James

Devo dizer que não gosto do nome Jacobino, até porque o Haitianismo e a revolução francesa são antagônicos. Tirando esse detalhe é um livro espetacular. CRL James narra e analisa a rebelião dos cativos da colônia francesa situada na ilha de São Domingos. Nessa rebelião, o autor destaca a ação do líder negro Toussaint L’Ouverture, que, após derrotar exércitos da França, e da Inglaterra, ganhou o domínio da colônia francesa.

Em seguida, a obra de se detém na determinação de Bonaparte de restaurar o sistema de escravidão e o envio da força expedicionária francesa comandada por Leclerc. Toussaint L’Ouverture viria a ser enganado e aprisionado. Seus companheiros e Dessalines prosseguiram o combate e conquistaram em 1804 a Independência definitiva, batizando o país com o nome nativo de Haiti.

Atitudes raciais de pretos e mulatos de São Paulo – Virgínia Bicudo

Atitudes Raciais de Pretos e Mulatos em São Paulo é literatura obrigatória para interessados em História, Relações Raciais, Psicologia, etc.
O livro é fruto de sua dissertação de mestrado que consiste num trabalho muito denso, mas que é apresentado de forma muito clara por Virgínia e está dividido em cinco etapas, onde a autora coletou depoimentos de pretos e mulatos oriundos de classes sociais distintas.

Bicudo expõe inicialmente os depoimentos coletados de indivíduos pretos de classe social inferior e de classe social intermediária. Logo depois, descreve os relatos de indivíduos mulatos de classe social inferior e intermediária e por último apresenta os depoimentos obtidos de integrantes da Frente Negra Brasileira.

Entre o Mundo e eu – Ta-Nahisi Coates

“Entre o mundo e Eu” é apresentado sob a forma de uma carta. Coates está escrevendo para seu filho adolescente sobre a história da raça na paisagem americana. Uma paisagem moldada por tortura, roubo e escravidão. O mundo para Coates é mantido e governado por meios selvagens. Por exemplo, o policial da América carrega consigo o poder do estado americano e o peso de um legado americano (um legado que lhes deu um direito inato, o direito de bater, estuprar, roubar e pilhar o corpo negro), e eles necessitam dos corpos destruídos. Todos os anos, um grande número deles será preto. Na América é tradicional destruir o corpo negro – é um patrimônio. E porque é uma herança, os destruidores raramente serão responsabilizados.

Os negros na America latina – Henry Louis Gates Jr.

Esse livro é fundamental para entender as questões de raça na América latina. Apesar de sociedades distintas, a América latina tem em comum a forma de brutalizar a sua “população” africana, o autor visitou países como Brasil, México, Cuba, Peru e em todos se evidência, a classe social é baseada na pigmentação da pele, onde quanto mais escuro mais baixo será sua condição social, qualquer semelhança com a cultura de castas não é mera conhecidencia e, sim, o racismo latinoamericano e sua forma diferente do racismo americano que atira na testa, o latinoamericano atira na nuca.

Primavera para as rosas negras – Lélia Gonzáles

Esse livro traz textos-entrevistas da ancestral Lélia Gonzáles, suas experiências com o movimento negro, partido político e o campo acadêmico. Este livros é mais uma das ferramentas para a neutralização da supremacia branca e a sua universalização do saber ao moldes europeus, Lélia com seu ‘’pretugues’’ traz com palavras lúcidas os mecanismos para a emancipação intelectual africana.

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