O psicólogo e pesquisador Lucas Veiga retorna a São Paulo, no dia 27 de abril, com um curso voltado para a chamada Psicologia Preta, que aborda a saúde mental da população negra
Texto / Solon Neto
Imagem / Reprodução
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Tendo como direção responder à questão “como curar a negritude dos efeitos do racismo?”, o curso aborda as consequências da colonização na produção de conhecimento e na produção de subjetividade.
Abordando o diálogo com intelectuais negros do campo da saúde mental, como Frantz Fanon, Wade Nobles, Neusa Santos Souza, a expectativa é apontar caminhos para o tratamento dos impactos do racismo na subjetividade negra.
O curso tem como referência principal a Black Psychology, vertente da psicologia criada por psicólogos afro-americanos em meio a luta pelos direitos civis no final dos anos 1960/1970.
“Houve historicamente no Brasil um apagamento das produções de conhecimento negras. Pesquisadoras brasileiras como Virginia Bicudo e Neusa Santos Souza nunca foram incluídas nas referências bibliográficas da grande maioria das graduações em Psicologia do país”, denuncia o pesquisador Lucas Veiga.
Veiga é mestre pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e tem levado sua pesquisa sobre questões raciais, anticoloniais e saúde mental da população negra a palestras e atividades em universidades Brasil afora. Desde o ano passado tem ministrado também cursos sobre o tema.
“Resgatar o trabalho dessas mulheres sobre saúde mental da população negra, bem como as produções de autores como Frantz Fanon, Wade Nobles e Naim Akbar é um ato de afirmação da importância do pensamento desses pesquisadores e, ao mesmo tempo, é um caminho para a criação de condições teórico-práticas para o tratamento dos impactos do racismo nas subjetividades negras”, explica.
Essa não é a primeira vez que o pesquisador carioca leva a temática para um encontro em São Paulo. Em agosto de 2018, o minicurso ‘Psicologia Preta’ foi realizado no Aparelha Luzia. Na ocasião, cerca de cem pessoas estiveram presentes e agora o curso retorna em formato estendido.
Na ocasião, o minicurso tratou a promoção de saúde mental por meio da tomada de consciência da problemática colonial/racial no Brasil. Com isso, por meio do resgate dos sentidos africanos, dicutiu o que significa ser humano.
Já na versão estendida, além de abarcar o conteúdo do minicurso, o encontro será um espaço voltado à formação para psicólogos e demais interessados para instrumentalizar, de forma teórica e prática, o cuidado da saúde mental da população negra.
Para se inscrever basta enviar um email com seus dados para [email protected].
Serviço:
Introdução à Psicologia Preta
Data: Dia 27 de abril, sábado, das 9h as 18h.
Endereço: Rua Santanesia, 763 – Butantã, São Paulo.
Inscrições pelo email: [email protected]
Investimento: R$180,00