Texto: Pedro Borges / Foto: Tally Campos / Edição de Imagem: Pedro Borges
Akins é mais um poeta com origem nos saraus de periferia
Quer receber nossa newsletter?
Você encontrá as notícias mais relevantes sobre e para população negra. Fique por dentro do que está acontecendo!
O poeta Akins Kinte lança no dia 13 de julho, quarta-feira, o livro e o CD Muzimba, na humildade sem maldade. Das 19h às 22h, na Galeria Olido, centro de São Paulo, acontece o lançamento do livro com cerca de 60 poesias e do CD com 15 poemas declamados por Akins.
A atividade conta com a participação de Ale Ferraz, TicoPRo, Mc Preto WIN, Fernanda Coimbra e James Bantu, todos colaboradores na construção de Muzimba. O poeta entrou em contato com a palavra depois que um grupo de artistas negros viajou para Moçambique e lá conheceram Muzimba, que quer dizer o corpo que se movimenta, dança, luta, ou seja, a africanidade intensa, de acordo com Akins.
O processo de construção do livro levou quase 8 anos e, entre as poesias, estão algumas muito conhecidas, como “Duro não é o cabelo”. A vontade de apresentar algo também oral abriu a possibilidade para a construção de um CD. “Ai o Tico Pro foi o zica que entendeu o projeto e as ideias. Eu sempre cheguei humildemente pra pensar a sonoridade dos poemas. Ele é um meia esquerda monstro. Pegou minhas ideias, incrementou a jogada, e me deixou ai na cara do gol como vocês estão vendo. Esse jogo ai tem um ano e meio quase, de produção, gravação tudo pelo Tico Pro, no qual sou eternamente grato”, conta Akins.
O conteúdo oral é muito valorizado pelo poeta, pois traz outras possibilidades para a arte. Por isso, quem comprar o livro ganha também o CD. “O som traz a poesia do Akins Kinte, a ginga, a malandragem, sensibilidade de quem anda nas ruas e tenta trazer nos olhos a arte. Trouxemos isso no recital. A musica do Tico Pró foi a sintonia do bang. Ele soube trazer os berimbaus, as cuícas, o baixo pesado, o jazz na hora que ele achou que era a hora. Ele sim foi diferencial. Acredito que esses 15 poemas musicados vão marcar um momento em nossas vidas”.
Akins, assim como Mel Duarte e Sérgio Vaz, é um poeta preto com forte ligação com os saraus de periferia. Ele destaca a importância da poesia para a população preta, pobre e periférica. “Se identificar na música, no cinema, na literatura de forma positiva é de tamanha importância. Meus livros têm essa preocupação: a vontade de ser esse carinho de companheiro das pessoas que traz na pele a mesma cor da noite e se parecem com a gente”, afirma.