Coletivo realizou 15 intervenções durante o primeiro ano e planeja eventos e comemoração para março. O coletivo de mulheres negras prepara uma série de apresentações no mês de março. Além do Sesc Carmo, o grupo também se apresenta no Aparelha Luzia.
Texto / Divulgação
Foto / Ellen Faria
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No próximo dia 12 de março o Sarau das Pretas completa 1 ano e prepara uma agenda com festas e comemorações especiais durante o mês de março em São Paulo (SP). No próximo dia 23 de março haverá uma apresentação comemorativa no Sesc Carmo, com participação do público e microfone aberto. Já no próximo dia 31 de março, ocorre a festa “Sarau das Pretas – 1 ano de (r) existência”, no Aparelha Luiza, com a participação de convidadas especiais, entre elas poetas, percussionistas, bailarinas e a rapper Tássia Reis.
Formado por Débora Garcia, Elizandra Souza, Thata Alves (poetas), Jô Freitas (atriz/dançarina) e Taissol Zyggi (percussionista), o Sarau das Pretas trouxe uma nova linguagem artístico-literária para o cenário dos saraus periféricos, dando vez e voz às questões das mulheres, à cultura e ancestralidade negra. O repertório é formado por poemas e músicas autoral além do conteúdo de tradição popular/afro-brasileira de domínio público. Para a celebração, o coletivo prevê também o lançamento de um site sobre o Sarau das Pretas.
Durante este primeiro ano – que teve início em março de 2016 no SescPompéia, com a primeira edição – o Sarau das Pretas realizou 15 atividades e apresentações em diferentes espaços.
Poesia, ancestralidade e um pouco da história
O início, conforme lembra Débora Garcia, se deu quando ela foi convidada para produzir a atividade, que marcaria as festividades do Dia Internacional da Mulher. Na ocasião, enxergou a oportunidade de reunir artistas negras para discutir, além da questão de gênero, a questão racial. “Veio de uma urgência, já que ser mulher e negra nos afeta diretamente. Assim, em sua primeira edição, o Sarau das Pretas reuniu grande público, que ao final, já ansiava pela data do próximo encontro. Entendendo a existência de uma lacuna no cenário de saraus periféricos e a demanda por essa temática, eu e as outras integrantes decidimos dar continuidade ao projeto”, comentou.
Desde que surgiu, o Sarau das Pretas não teve parada. Entre as 15 apresentações realizadas neste primeiro ano estão edições tanto em espaços culturais bem estruturados como SESC e centros culturais, quanto em espaços de “quebradas”, com pouca ou nenhuma estrutura como Associações de bairro e setores públicos de atendimento às pessoas em situação de vulnerabilidade social, como os Centros de Referência de Assistência Social (CRAS).
“Nessa trajetória podemos destacar momentos marcantes como a participação na 2° Mostra da Mulher Afro Latino Americana e Caribenha realizada no Centro de Formação Cultural Cidade Tiradentes; a participação no lançamento do livro da autora Conceição Evaristo, grande referência para as artistas. Outra ação que foi de fundamental importância para o coletivo, foi a participação na Caravana Juventude Viva, em parceria com a Secretaria Municipal de Direitos Humanos da Prefeitura de São Paulo. Nesta, o Sarau das Pretas percorreu diversos espaços periféricos, proporcionando a aproximação da população local aos serviços públicos, através da arte”, destacou Jô Freitas.
Por fim, o coletivo encerrou o ano lançando a ‘Pretas Em Marcha’, uma agenda especial voltada para o mês da Consciência Negra, o que também é celebrado pelas integrantes. “Essa agenda foi um momento em que mostramos nosso fôlego e realizamos sete edições do sarau, com destaque para a intervenção de abertura no lançamento de Sangue Negro, obra póstuma da escritora moçambicana Noémia de Sousa, realizada na Balada Literária. Para além das intervenções artísticas, também participamos da tradicional Marcha Zumbi dos Palmares, por entender que a militância nunca pode descolar-se do fazer artístico”, pontuou Elizandra Souza.
A festa de 1 ano
A ideia da festa é celebrar a existência do sarau e convidar as artistas que contribuíram com a construção durante este primeiro ano. Na poesia haverá a participação de Luz Ribeiro, Mel Duarte, Raquel Almeida e Jenyffer Nascimento. Na dança participam Sirlene Santos e Munique Mendes. Já na percussão estão Lisandra Borges e Juliana Rodrigues. A discotecagem fica por conta da Dj Alek. Para encerrar a noite haverá um pocket show com a rapper Tássia Reis. Além, é claro, de uma intervenção o Sarau das Pretas, elaborada especialmente para a data. “Essa intervenção reunirá um pouco do que produzimos ao logo desse primeiro ano”, anuncia Débora Garcia.
Serviço:
Sarau das Pretas – 1 ano de (r)existência
Data: 31/03/2016
Horário: das 19h às 23h
Local: Aparelha Luzia – Rua Apa, 78. Santa Cecília. Centro.
Entrada franca.
Programação:
Discotecagem com Dj Alek
Poetas: Luz Ribeiro, Mel Duarte, Jenyffer Nascimento e Raquel Almeida.
Dança: Sirlene Santos e Munique Mendes.
Percussão: Lisandra Borges e Juliana Rodrigues.
Sarau das Pretas
Pocket Show: Tássia Reis