Formação é organizada pelo Coletivo Di Jejê e visa apresentar as contribuições das duas autoras para o feminismo negro no Brasil.
Texto / Pedro Borges
Imagem / Alma Preta
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O Coletivo Di Jejê organiza curso online sobre as ativistas e intelectuais Lélia Gonzalez e Beatriz Nascimento. A formação acontece do dia 30 de Maio a 15 de Julho na plataforma digital Moodle e as inscrições podem ser feitas aqui até 28 de Maio.
Por meio de filmes, textos, fóruns de debate e produções textuais, os inscritos
terão 30 dias para cumprir as 40h de formação e obter o certificado assinado por Jaqueline Conceição, mestra em educação pela PUC em 2014, especialista em Angela Davis e idealizadora do Coletivo Di jejê.
Lélia Gonzalez é responsável pelo feminismo afrolatino, conceito que pretende um diálogo entre mulheres negras e indígenas do continente, pautado a partir do Pan-Africanismo. Beatriz Nascimento pesquisou os quilombos e estudou em especial a organização e articulação das mulheres negras como lideranças desses espaços.
O curso é dividido em seis módulos. Os três primeiros focam no pensamento de Beatriz Nascimento, com as seguintes seções, “Ori ou a Origem”, “Os espaços negros de resistência: quilombos e terreiros de candomblé”, e “As mulheres negras no quilombo e nos terreiros de candomblé”. As seguintes partes direcionam o olhar para as reflexões de Lélia Gonzalez, por meio de “Ser negro, ser negra”, “Feminismo negro”,“Feminismo afrolatino e a unidade na luta pan-africanista”. Ao final, os participantes fazem uma avaliação do curso.
Jaqueline explica que Beatriz Nascimento propõe uma retomada de experiências do povo preto como estratégias de resistência. “Acredito que o feminismo negro no Brasil deve aprofundar sua metodologia de atuação, partindo dessa mesma premissa, da de que nossa luta é também pelo povo preto e que devemos nos basear em nossos antepassados, de Oxum a Beatriz Nascimento”.
O diferente método e momento histórico vivido por Lélia Gonzalez, na academia cerca de uma década antes de Beatriz, influenciaram a construção de uma perspectiva latino-americana de luta em torno do pensamento político pan-africanista. “A perspectiva afrolatina trazida por Lélia incidia sobre essa metodologia de enfrentamento, análise da realidade, e de articulação de forças em territórios comuns, sobretudo, no olhar internacionalista proposto pela esquerda naquele período”.
O material do curso se baseia nas duas autoras e a proposta da formação é pensar sobre o método e as conclusões de Beatriz Nascimento e Lélia Gonzalez. A partir dessas reflexões, o Coletivo Di Jejê discute como o feminismo negro no Brasil pode influenciar e articular os movimentos sociais.
Referências Bibliográficas
Bibliografia: A categoria político-cultural de amefricanidade.” Tempo Brasileiro, Rio de Janeiro (92/93): 69-82, jan./jun. 1988.
As amefricanas do Brasil e sua militância.” Maioria Falante. (7): 5, maio/jun. 1988.
Por um feminismo afrolatinoamericano.” Revista Isis Internacional. (8), out. 1988.
A importância da organização da mulher negra no processo de transformação social.” Raça e Classe. (5): 2, nov./dez. 1988.
Lugar de negro (com Carlos Hasenbalg). Rio de Janeiro, Marco Zero, 1982. 115p. p. 9-66. (Coleção 2 Pontos, 3.).
Documentário Ori (Beatriz Nascimento)
Eu sou atlantica (Beatriz Nascimento)
Materiais do arquivo pessoal de Beatriz Nascimento disponíveis no Arquivo Nacional