Evento discute a importância das mídias no registro das lutas e conquistas da comunidade negra. Encerramento da atividade fica por conta da apresentação do poeta Akins Kintê.
Texto e foto / Pedro Borges
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O Coletivo Mãe África organiza um debate sobre mídias negras com a participação da agência de jornalismo Alma Preta e uma apresentação do Musical Pelamô, protagonizado pelo poeta Akins Kintê. O evento acontece no dia 8 de Julho, das 16h às 20h, no Clube Tamoyo, Avenida 23, número 11, em Rio Claro, interior de São Paulo.
A atividade se inicia com um diálogo sobre a importância histórica das mídias negras na luta contra o racismo no país. Os integrantes do Coletivo Mãe África e do Clube Tamoyo dialogam com Pedro Borges, jornalista do Alma Preta, sobre a necessidade de registrar os feitos e os desafios da comunidade negra.
Depois, é a vez de Akins Kintê e dos músicos James Bantu, Preto Win e DJ Nudo apresentarem o Musical Pelamô. Fruto do livro “Muzimba na humildade sem maldade”, o álbum, composto por poesias musicadas, rendeu ao artista uma posição entre os 7 melhores CDs de Hip Hop de 2016, segundo o portal R7.
O Coletivo Mãe África, que acompanha há tempo o trabalho desenvolvido pelo poeta e pela agência de jornalismo, enaltece a possibilidade de reunir movimentos políticos e culturais de São Paulo e do interior do estado na sede do Clube Tamoyo.
“Esperamos que essa seja a primeira de várias parcerias entre nós. E no que depender do Coletivo Mãe África, o Alma Preta e o Akins Kintê sempre serão bem-vindos em nossas atividades. Somos uma resistência negra, vocês na capital e nós no interior, e juntos seremos mais fortes. Todo axé pra essa parceria”, afirma Wesley Sobrinho, integrante do coletivo de Rio Claro.
Essa não é a primeira vez que Akins Kintê e a agência Alma Preta participam de uma atividade juntos. Eventos nesse mesmo formato também aconteceram em São Paulo, Bauru e no Rio de Janeiro.
O poeta se diz animado em ir pela primeira vez a Rio Claro, onde pretende apresentar ao público duas ou três novas músicas que compõem o seu novo álbum, com data de lançamento ainda incerta.
Vinicius Martins, jornalista do Alma Preta, em debate na Aparelha Luzia (Foto: Pedro Borges/Alma Preta)
“Nós estamos muito empolgados para chegar nesse balanço, nessa parceria com os meus irmãos do Alma Preta. Acho que o pessoal de Rio Claro vai encontrar a gente num momento muito bom. Queremos ir para a cidade com pelo menos mais duas ou três músicas novas”, relata Akins Kintê.
A alegria com relação à atividade se estende ao Clube Tamoyo, como afirma Gisely Batista, produtora artística da instituição. Para ela, esse é um momento único de reflexão e aprendizado. “Essa representação em Rio Claro, no Clube Tamoyo, que é um clube construído pelos negros há mais de 60 anos, é muito favorável para a gente abrir os caminhos da nova mídia, debater sobre a luta dos negros, trazer esse conhecimento de nossas raízes, identidades, e ficar ligado com o que acontece no Brasil hoje”.