Conheça a campanha de financiamento coletivo do documentário Visionários da Quebrada.
Texto e imagem / Divulgação
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Já parou pra pensar quantos filmes com mulheres negras em posição de comando você já assistiu? Na frente ou por trás das câmeras, muitas são as que desafiaram as imposições de suas épocas e lideraram transformações importantes na história. Negras que ousaram lutar e que não são citadas nos livros didáticos. Mulheres que são apagadas da história como se nunca tivessem existido.
A verdade é que até bem pouco tempo atrás os recortes raciais e de gênero não tinham a menor importância para a indústria cinematográfica. A mudança vista hoje é resultado da pressão dos movimentos sociais.
No Brasil, apenas 19% dos filmes produzidos no circuito comercial são dirigidos por Mulheres, segundo a Ancine.
A Agência Nacional de Cinema ainda trabalha para conseguir ter os dados da classificação por raça/cor. Mas o GEMAA* – núcleo de pesquisa do IESP-UERJ – divulgou em um estudo que analisou 218 filmes com público superior a 500 mil espectadores e lançamento entre os anos de 1995 e 2014, que 98% deles foram dirigidos e roteirizados por pessoas brancas.
Quando entramos no recorte de gênero então a situação é ainda mais restrita, pois esses 2% que sobram são de homens negros. Mulheres negras e indígenas nem sequer aparecem na análise. A primeira mulher negra a dirigir um filme de longa-metragem no Brasil, foi Adélia Sampaio em 1985. Mais de 50 anos depois que a pioneira do cinema brasileiro Cleo Verberena (O Mistério do dominó preto – 1930). As duas são, ainda hoje, pouquíssimo conhecidas pelo grande público.
Esses dados reforçam e provam a necessidade de exigirmos proporcionalidade nos festivais, mostras, cineclubes e editais. É fundamental que homens e mulheres negras entrem nesse circuito, nas bancas e curadorias.
Ou seja, os filmes que passam nas salas de exibição, nas televisões, nas principais plataformas de streaming e nos grandes centros de cultura são produzidos por um grupo hegemônico. Indígenas, mulheres negras, brancas e negros parecem não fazer parte desse universo. Mas fazem. A internet possibilitou um maior acesso à produção independente do audiovisual e a recuperação de obras esquecidas. Além disso os equipamentos se tornam cada vez mais acessíveis. As ferramentas para transformação já existem e o audiovisual é uma ferramenta importante para o processo de ressignificação do imaginário coletivo sobre a população negra e das periferias.
O documentário Visionários da Quebrada faz parte dessa transformação. Dirigido por Ana Carolina Martins, o projeto traz, além da temática do filme “A transformação social que vem das margens” outras discussões importantes como: formas mais horizontais de gestão de equipe; distribuição focada no encontro direto com o público fora de espaços excludentes; o imaginário criado pela televisão e cinema sobre a população negra e periférica; como construir novas narrativas que potencializam os saberes das periferias.
Nosso teaser tá no ar e a campanha no Catarse também.
Já fez sua doação hoje?
Clica: www.catarse.me/visionariosdaquebradaPrecisamos de vocês pra finalizar o filme e fazer ele chegar a todas e todos. Você pode doar a partir de R$10,00.
Doe e compartilhe.
Vem somar!Posted by Visionários da Quebrada on Wednesday, November 15, 2017