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Pessoas negras buscam mais por contatos profissionais para se informar, diz pesquisa

Relatório da Aláfia Lab busca entender como os brasileiros se informam no ambiente digital
Imagem mostra um homem negro, da cintura para cima, em pé, mexendo no celular.

— Pixabay

8 de novembro de 2023

Pessoas negras recorrem mais a contatos profissionais em busca de informação, segundo um relatório divulgado no fim de outubro pelo laboratório de pesquisa Aláfia Lab, que se concentra nas áreas que entrelaçam internet, política e sociedade.

O objetivo da pesquisa “Desigualdades informativas: entendendo os caminhos informativos dos brasileiros na internet” é entender como os brasileiros se informam no ambiente digital e, sobretudo, como esses hábitos de informação variam de acordo com variáveis como gênero e raça. 

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Segundo o documento, o uso do Linkedin, rede eminentemente profissional — como fonte de informação prioritária, ainda que baixo, é 100% maior entre pessoas negras (2,3%, contra 1% entre pessoas brancas). Além disso, o consumo de conteúdo recomendado na mesma rede é quase 50% maior entre pessoas negras (18,9%, contra 13,8% entre brancos).

No WhatsApp não é diferente. Dados do relatório apontam que tanto em conversas individuais, quanto em grupos de conversas do aplicativo, “pessoas negras recorrem mais a contatos profissionais do que as pessoas brancas, que apresentam taxas comparativamente maiores nos contatos com amigos”. 

Em relação a esses dados, o laboratório concluiu que “parece haver uma tendência maior de valorização de processos de informação via contatos profissionais entre as pessoas negras do que entre as brancas”. 

Quando olhamos para as redes sociais mais utilizadas para consumir informação, a pesquisa mostra dados que indicam algumas diferenças entre os grupos raciais. No geral, a plataforma mais utilizada por pessoas brancas e negras é o Facebook, seguida pelo Instagram, no qual se encontra a principal distinção: enquanto 31,2% dos negros têm o Instagram como rede prioritária, essa porcentagem é de 23,1% entre brancos. 

A lógica contrária pode ser observada no Twitter/X, ao qual as pessoas brancas recorrem mais como fonte de informação (9,9% contra 5,4% de pessoas negras). Essa tendência também aparece em menor grau, no Facebook (46,8% contra 40% de pessoas negras).
Apesar da Aláfia Lab ressaltar que “tanto brancos quanto negros exibem padrões muito semelhantes de meios pelos quais se informam”, para entender os hábitos de consumo de informação dos brasileiros, o documento leva em consideração que “vivemos em uma sociedade muito desigual e que essas desigualdades impactam a forma como as pessoas acessam informação”.

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  • Mariane Barbosa

    Curiosa por vocação, é movida pela paixão por música, fotografia e diferentes culturas. Já trabalhou com esporte, tecnologia e América Latina, tema em que descobriu o poder da comunicação como ferramenta de defesa dos direitos humanos, princípio que leva em seu jornalismo antirracista e LGBTQIA+.

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