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Governo oferece bolsa de estudos  para pesquisadoras negras, ciganas, quilombolas e indígenas

O Programa "Atlânticas - Beatriz Nascimento de Mulheres na Ciência" contempla estudantes regularmente matriculadas em cursos de doutorado ou que tenham concluído programas de pós-graduação
A imagem mostra Beatriz Nascimento, uma mulher negra, pesquisadora e historiadora.

Foto: Reprodução

16 de janeiro de 2024

O governo federal lançou o “Atlânticas – Programa Beatriz Nascimento de Mulheres na Ciência”, com inscrições abertas até 31 de janeiro. Destinado a pesquisadoras negras, ciganas, quilombolas e indígenas, a iniciativa oferece bolsas de doutorado-sanduíche e pós-doutorado no exterior em diversas áreas de conhecimento, com duração máxima de nove meses.

As interessadas devem estar regularmente matriculadas em cursos de doutorado ou ter concluído programas de pós-graduação reconhecidos pela Capes. Além disso, é necessário apresentar um projeto de pesquisa e o aceite formal da instituição estrangeira. As candidatas ao doutorado-sanduíche devem demonstrar conhecimento da língua utilizada na instituição estrangeira e a anuência de seus orientadores e da coordenação de seu programa de pós-graduação.

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A chamada pública completa está disponível no site do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O programa é uma parceria dos ministérios da Igualdade Racial, das Mulheres, dos Povos Indígenas e da Ciência, Tecnologia e Inovação, com apoio do CNPq, e conta com investimentos de R$ 6 milhões destinados ao pagamento das bolsas.

Confira mais informações do edital neste link.

Beatriz Nascimento

Inscrita no Livro de Heróis e Heroínas da Pátria, Maria Beatriz Nascimento foi uma das principais intelectuais do país, principalmente para o feminismo negro no Brasil. Nascida em Sergipe, Beatriz Nascimento se formou em História pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e iniciou um mestrado em Comunicação, que não pôde concluir.

A teórica desenvolveu em vida uma pesquisa sobre sistemas alternativos organizados por pessoas negras, com foco na investigação de quilombos e favelas. Parte do seu repertório foi construído em uma viagem ao continente africano, em 1979, onde conseguiu estabelecer vinculações entre as culturas negras brasileiras e africanas. 

Entre os trabalhos desenvolvidos por Beatriz, estão em destaque “Por uma história do homem negro (1974)”; “Kilombo e memória comunitária: um estudo de caso (1982)” e “O conceito de quilombo e a resistência cultural negra (1985)”.

Beatriz Nascimento é uma inspiração para pesquisadoras negras e ajudou a abrir portas para que uma geração de mulheres negras pudessem ingressar na universidade e exercer um papel no ambiente acadêmico. O programa de bolsas, resultado da parceria entre o Ministério da Igualdade Racial com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o Ministério dos Povos Indígenas (MPI) e o Ministério das Mulheres (MMulheres) leva o seu nome.

  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

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