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Fiocruz leva projeto de saúde única a populações ribeirinhas do Pantanal

O projeto "Navio" terá duração de cinco anos e prevê dez viagens durante o ano de 2024
Imagem mostra uma agente da saúde atendendo a uma ribeirinha no projeto "Navio".

Foto: Governo de Mato Grosso do Sul / Divulgação

22 de janeiro de 2024

Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Minas desenvolveram uma iniciativa que leva serviços de saúde para populações ribeirinhas que vivem às margens do Rio Paraguai, em comunidades situadas nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. 

O projeto “Navegação Ampliada para a Vigilância Intensiva e Otimizada (Navio)”, visa desenvolver ações dentro de uma perspectiva de saúde única. Isso significa que a iniciativa considera que “seres humanos, animais e o meio ambiente estão intimamente ligados e são interdependentes”.

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Dessa forma, a proposta conta com uma estratégia que inclui, além de assistência médica e odontológica, análises epidemiológicas, genômicas e climáticas, para obter maior compreensão sobre as interações entre os organismos causadores de doenças, vetores, hospedeiros e o ambiente. 

Todo o trabalho é desenvolvido em parceria com as secretarias de Saúde do Mato Grosso do Sul (SES-MS) e do Mato Grosso (SES-MT) e a Marinha do Brasil.

Segundo o pesquisador, idealizador e coordenador do projeto, Luiz Alcântara, a iniciativa amplia um trabalho já desenvolvido pela Marinha do Brasil há algum tempo, que consiste em levar atendimento médico e odontológico para essas comunidades. 

“Além desses serviços, vamos investigar o que está circulando nessa região, onde populações isoladas, por vezes negligenciadas, vivem em contato com diferentes animais”, explica Alcântara em nota da fundação.

Além de recolher exames e amostras de sangue de seres humanos, o grupo pretende coletar amostras de animas silvestres, domésticos e de insetos vetores, bem como da água e esgoto da região.

“Todo o material coletado passa por uma série de análises, que vai permitir identificar doenças já existentes e fazer previsões sobre as que possam vir a ocorrer”, diz o pesquisador. 

O projeto “Navio” terá duração de cinco anos e prevê dez viagens. A primeira delas já ocorreu. As embarcações percorreram cinco comunidades, situadas entre os municípios de Ladário e Porto Murtinho, o chamado Tramo Sul, no Pantanal do Mato Grosso do Sul, no período entre 20 de novembro e 10 de dezembro. 

Na primeira viagem, cerca de 450 pessoas receberam atendimento, resultando em 359 adesões ao projeto. No total, foram conduzidos 2061 testes rápidos para diversas condições. Além disso, uma a coleta de várias espécies de insetos também foi realizada.

A próxima etapa do projeto está prevista para acontecer entre 12 de fevereiro e 14 de março. As embarcações vão percorrer um trecho maior, o chamado Tramo Norte, que abrange 13 comunidades, entre Ladário no Mato Grosso do Sul e Cáceres, no Mato Grosso.

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  • Mariane Barbosa

    Curiosa por vocação, é movida pela paixão por música, fotografia e diferentes culturas. Já trabalhou com esporte, tecnologia e América Latina, tema em que descobriu o poder da comunicação como ferramenta de defesa dos direitos humanos, princípio que leva em seu jornalismo antirracista e LGBTQIA+.

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