A obra do escritor angolano José Eduardo Agualusa recebeu uma nova edição. “A Rainha Ginga” narra a história de uma poderosa rainha africana que influenciou diretamente a formação de Angola como conhecemos hoje. O livro explora aspectos culturais, sociais e as relações diplomáticas entre Angola, Brasil e Portugal.
Ana de Souza, popularmente conhecida como Ginga ou N’Zinga M’Bandi, governou um amplo território na costa ocidental da África no século XVII. A rainha foi reconhecida pelo seu povo pela coragem, excentricidade e pela condução hábil e estratégica de governo.
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Respeitada por seus súditos, Ginga deixou um legado ao conceber acordos e alianças com os holandeses. Ela liderou exércitos e travou batalhas contra tropas portuguesas e luso-brasileiras.
A obra é contada a partir da visão do padre pernambucano Francisco José de Santa Cruz, designado como secretário da rainha. O religioso tinha a missão de intermediar relações diplomáticas do território de Ginga com Portugal.
Por conta de suas múltiplas culturas, o padre Francisco apresenta uma narrativa plural das questões socioeconômicas da época. Conflitos internos e externos, diálogos sobre a escravatura e seus impactos na formação do país africano são abordados na obra.
O autor, por sua vez, descreve aspectos culturais e sociais de Angola e evidencia a importância da figura feminina forte e polêmica que Ginga foi.
Nascido em Huambo, na Angola, José Eduardo Agualusa escreve crônicas para jornais brasileiros. Membro da União dos Escritores Angolanos, o escritor já teve suas obras traduzidas em mais de 30 idiomas. Pela Editora Planeta, fez parte da antologia “O Terrorista Elegante e Outras Histórias”. Publicou “A Sociedade dos Sonhadores Involuntários” e “O Vendedor de Passados”, pelo qual foi premiado no Independent Foreign Fiction Awards.