Na quinta-feira (21), Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial, foi entregue, na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro, a medalha Pedro Ernesto ao ativista, professor e pesquisador Aderaldo Gil, que faleceu em 2023. O pesquisador é considerado um histórico ativista do movimento negro brasileiro.
A entrega da medalha foi realizada ‘In memoriam’ a Luciene Lacerda, viúva de Gil, e aos seus filhos, Glauber e Ana Luiza Santos.
Quer receber nossa newsletter?
Você encontrá as notícias mais relevantes sobre e para população negra. Fique por dentro do que está acontecendo!
A proposta de entrega da medalha partiu do gabinete da vereadora Monica Cunha (Psol), em honra ao histórico de Aderaldo Gil na militância e ativismo em prol dos direitos da população negra, principalmente. A homenagem aconteceu no encerramento da campanha nacional “21 Dias de Ativismo Contra o Racismo”.
Histórico de luta antirracista e pesquisa na educação
O pesquisador Aderaldo Pereira dos Santos, também conhecido como Aderaldo Gil, atuou por mais de 20 anos como professor no Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase). Gil foi pesquisador na Seção de Documentação e Memória (antigo CEDOM) na Escola Socioeducativa Paulo Freire (ESGSE) e idealizador do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros (Neab-D) do Degase. O professor foi também editor e co-autor da Revista Aú.
Entre suas obras, destacam-se livros como “Memórias de egressos e servidores do sistema socioeducativo”; “Os primeiros anos da Escola João Luís Alves (1926 – 1929)”; “Padre Severino: da pessoa ao instituto”. Gil também foi autor da dissertação de mestrado “O movimento negro e a juventude em conflito com a lei” (UERJ, 2007) e da tese de doutorado “Arma da educação: cultura política, cidadania e antirracismo nas experiências do professor Hemetério José dos Santos” (UFRJ, 2009).
As obras de Aderaldo Gil destacam a atuação de educadores negros e de sua importância para o cenário da educação. Sua militância teve início em protestos de rua contra a farsa da abolição, sendo possível ouvir sua voz em registros de protestos sobre essa temática ainda em 1988.
Gil também integrou o Instituto de Pesquisa de Culturas Negras (IPCN) e foi membro da coordenação da campanha “21 dias de ativismo contra o racismo”. Além disso, o pesquisador foi militante no sindicato dos bancários, da Associação de Professores do Degase e também da Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec).