O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) denunciou, na última terça-feira (30), ataques e ameaças sofridas pelos moradores do acampamento Osmar Azevedo, localizado na cidade de Itabela (BA).
De acordo com nota do movimento, fazendeiros têm disparado armas de fogo em frente ao assentamento para assustar e intimidar as pessoas.
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A denúncia aponta que os fazendeiros cercaram e coagiram um morador da ocupação, e depois passaram a circular ostensivamente de carro dentro da roça. O relato diz que parte do plantio foi destruído pelos fazendeiros, que a todo momento ameaçaram invadir o local.
Além da destruição do roçado, o grupo invasor teria ameaçado destruir e atear fogo contra as casas da comunidade, e chegou a cercar a frente do acampamento. Nessa ocasião, a Polícia Militar foi acionada e foi registrado um Boletim de Ocorrência na delegacia.
Outro caso relatado em nota do MST aponta para uma tentativa de invasão domiciliar cometida pela filha do ex-proprietário da antiga Fazenda que ocupava a região.
“Uma moradora do acampamento relata que a família Laviola vem perseguindo as famílias agricultoras e destruindo suas plantações, causando danos e ameaçando os trabalhadores”, diz trecho do comunicado.
Não é a primeira vez que o acampamento sofre com ataques. Em março deste ano, os moradores do Osmar Azevedo relataram um ataque a tiros na frente do acampamento, cometido também por fazendeiros locais. Ninguém ficou ferido na ocasião.
Também houve outro episódio de violência contra o acampamento, em julho do ano passado. Na época, o Osmar Azevedo ainda não ocupava nenhuma terra e estava localizado às margens da rodovia BA-250, em Itiruçu (BA). Mesmo assim, 30 homens fortemente armados tentaram invadir o espaço. O acampamento Osmar Azevedo possui cerca de 200 famílias.
A área utilizada pelo acampamento era da antiga Fazenda São Jorge, que estava abandonada e improdutiva. Metade dos 800 hectares da região não possui matrícula no Cartório de Registro de Imóveis do município, e a outra parte apresenta indicativos de ilegalidade na matrícula.
Hoje, a área que estava improdutiva recebeu a criação de bosques com árvores nativas e frutíferas, além das plantações de hortaliças, verduras e raízes do plantio das famílias assentadas.