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Dossiê mostra que 80 pessoas LGBTI+ que morreram violentamente em 2023 eram negras

Ao todo, 230 pessoas LGBTI morreram em 2023; cerca de 80 vítimas eram pessoas pretas ou pardas
A imagem mostra uma mulher trans segurando um leque nas cores do arco-íris.

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

17 de maio de 2024

O estudo produzido pelo Observatório de Mortes e Violências LGBTI+ mostrou que, no ano passado, 230 pessoas LGBTI morreram de forma violenta no Brasil. O número equivale a uma morte a cada 38 horas. A sigla abrange pessoas lésbicas, gays, bissexuais, travestis, mulheres e homens trans, pessoas transmasculinas, não binárias e demais dissidências sexuais e de gênero.

De acordo com o dossiê, 184 pessoas foram vítimas de assassinatos, 18 morreram por suicídio e outras 28 por outras causas. Do total, 80 vítimas eram pretas ou pardas, 70 brancas e uma indígena. Pessoas transsexuais foram as maiores vítimas, principalmente mulheres trans e travestis, que juntas totalizam 142 mortes, outras 11 cometeram suicídio. Homens gays representam 59 mortes e outras. 

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As circunstâncias das mortes são verificadas por meio do cruzamento de informações com registros oficiais dos crimes junto às secretarias de Segurança Pública dos estados, por meio de mecanismos como a Lei de Acesso à Informação.

O estado que mais vitimou pessoas LGBTI+ foi São Paulo, com 27, seguido por Ceará e Rio de Janeiro com 24 mortes em cada um. Considerando as vítimas por habitantes, o Mato Grosso do Sul lidera com 3,26 mortes por milhão. Em seguida vêm Ceará (2,73 mortes por milhão), Alagoas (2,56 mortes por milhão), Rondônia (2,53 mortes por milhão) e Amazonas (2,28 mortes por milhão). Foram contabilizadas mortes em todos os estados.

O dossiê ainda destaca que as violências contra LGBTI+ aconteceram em diferentes ambientes — doméstico, via pública, cárcere, local de trabalho etc.

Os dados parciais de janeiro a abril de 2024 mostram que 61 mortes de pessoas LGBTI+ já ocorreram. No período, a população de travestis e mulheres trans são as maiores vítimas, totalizando 40; seguido de gays (9), bissexuais (3), duas pessoas transmasculinas, três mulheres lésbicas e outras quatro sem identificação de identidade de gênero ou orientação sexual.

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  • Patricia Santos

    Jornalista, poeta, fotógrafa e vídeomaker. Moradora do Jardim São Luis, zona sul de São Paulo, apaixonada por conversas sobre territórios, arte periférica e séries investigativas.

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