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Vidas Negras e LGBTQAPN+: muito além de objetos sexuais e estatísticas de violência

Em coluna de opinião, Felipe Ruffino aborda as violências que atingem pessoas negras e da comunidade LGBTQIAPN+ no Brasil
Imagem mostra as mãos de uma pessoa negra segurando uma fita nas cores da bandeira LGBTQIAPN+

Foto: Reprodução

28 de abril de 2024

São Paulo, uma metrópole de infinitas histórias, abriga em suas ruas uma realidade complexa para aqueles que são negros e LGBTQIAPN+. Enquanto o brilho dos holofotes muitas vezes os coloca apenas como objetos sexuais, a verdade é que suas vidas são frequentemente marcadas pela solidão, pela violência e pela falta de oportunidades.

Homens negros e LGBTQIAPN+ frequentemente se encontram em uma encruzilhada de discriminação, enfrentando o peso do preconceito racial e da homofobia em uma sociedade que muitas vezes os marginaliza duplamente. E em São Paulo, essa realidade é ainda mais evidente.

Muitos são vítimas de uma invisibilidade forçada, reduzidos a meros estereótipos ou fetiches. Suas lutas, seus sonhos, suas dores são frequentemente negligenciados, enquanto são relegados a papéis secundários na narrativa social. A sexualidade negra e LGBTQIAPN+ é frequentemente fetichizada, reduzida a uma mera fantasia sexual, sem consideração pela complexidade de suas identidades.

Além disso, a violência que assola São Paulo não poupa essas vidas. Homens negros e LGBTQIAPN+ enfrentam uma realidade brutal, com taxas alarmantes de violência, muitas vezes resultando em vidas ceifadas prematuramente. Suas mortes, frequentemente noticiadas sem o devido respeito e empatia, são mais do que estatísticas – são tragédias humanas que ecoam em suas comunidades.

A solidão do homem negro, em particular, é uma ferida aberta em nossa sociedade. Enquanto a masculinidade negra é frequentemente associada à força e à resiliência, poucos reconhecem as vulnerabilidades e os desafios emocionais que muitos enfrentam em silêncio. A pressão para corresponder a ideais inatingíveis de masculinidade, combinada com a falta de espaços seguros para expressar suas emoções, cria uma sensação de isolamento que é difícil de superar.

Diante dessas realidades, é crucial que reconheçamos a humanidade plena dessas vidas negras e LGBTQIAPN+. Devemos ir além dos estereótipos e das estatísticas de violência, e ouvir suas vozes, entender suas experiências e lutar por sua dignidade e igualdade. São Paulo, uma cidade vibrante e diversa, tem o potencial de ser um farol de inclusão e justiça, mas isso só será possível quando todas as suas vozes forem ouvidas e respeitadas.

  • Felipe Ruffino

    Felipe Ruffino é jornalista, pós-graduado em Assessoria de Imprensa e Gestão da Comunicação, possui a agência Ruffino Assessoria e ativista racial, onde aborda pautas relacionada à comunidade negra em suas redes sociais @ruffinoficial.

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