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Rapper trans é alvo de discurso de ódio após post de deputado

O deputado federal Nikolas Ferreira usou rede social para debochar da expressão "boyceta", na qual Jupitter Pimentel se identifica
A imagem mostra o rapper trans Jupitter Pimentel.

A imagem mostra o rapper trans Jupitter Pimentel.

— Reprodução/redes sociais

30 de maio de 2024

Após participar de um podcast voltado à comunidade LGBTQIAPN+ no qual falava sobre identidade de gênero, o rapper trans Jupitter Pimentel teve um trecho da conversa, em que diz ser “boyceta”, compartilhada pelo deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) — que já foi condenado por transfobia.  O assunto se tornou um dos mais comentados do X (antigo Twitter) desde a publicação feita na sexta-feira (24).

Em entrevista à Alma Preta, o rapper explicou que “boyceta” é uma identidade transmasculina, não binária, periférica, subversiva, que permite que pessoas que se identifiquem com o termo possam deixar fluir a masculinidade e a feminilidade quando quiser, sem que seja de uma forma normativa e já reconhecida socialmente. 

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Diante da repercussão do assunto, o rapper usou as redes sociais para se defender e reafirmar sua identidade de gênero, criticando a onda de discursos de ódio que se instalou a partir da publicação do parlamentar. 

“O que ele [Nikolas Ferreira] fez foi debochar, trazer desinformação. As pessoas não buscam o conhecimento, apenas incitam o ódio e é uma coisa que a gente já passa diariamente como população LGBTQIAPN+, isso só se reforça”, comenta o rapper. 

Em um vídeo, no qual estava em uma quadra de futsal ao lado de outras pessoas que se identificam como transmasculinos, Pimentel fala sobre a importância da resistência da força que as críticas o dão para chegar onde quer. “Vocês vão ter que me engolir”, ressalta.

Entenda o caso 

Durante sua participação no podcast Entre Amigues, Jupitter falou sobre assuntos ligados à identidade de gênero, corpos gordos e fora dos padrões sociais e trabalhos que realiza. Na conversa, ele diz se identificar como uma pessoa transmasculina, que flui entre outras nuances e possibilidades de gênero e a expressão “boyceta” foi o motivo para ser alvo de críticas, discursos de ódio e ameaças, capazes de deixar o artista com medo de sair de casa e sofrer represálias e agressões.

“Eu recebi muitos ataques. Estou com uma equipe jurídica me assessorando porque isso não para. Chegou na minha família, amigos, pessoas que participaram  do podcast e estou lidando com isso de muitas maneiras”, conta o rapper.

Em outra publicação, feita após a repercussão do assunto, Pimentel trouxe a primeira parte de uma sequência que vai abordar o assunto a partir do próprio olhar. 

O termo foi criado por Roberto Inacio, uma pessoa trans e indígena, que em 2018 levou o termo para a Batalha Dominação e o Slam Marginália, direcionado para pessoas trans e travestis. 

“Começou mais como uma gíria e virou identidade porque abraçou tanto nossos corpos, nossas existências que não tinha como passar batido”, disse.

O termo tem a intenção de acolher uma pessoa transmasculina plural e afeminada, que pode fazer uso da expressão, se assim quiser. Em uma publicação de 2022, Jupitter associa o termo a “travesti”, que acolhe mulheres e identidades femininas. A expressão é também uma afirmação de que a existência de uma pessoa trans vai além da genitália.

Conheça mais

Diante das discussões e ódio destilado na internet, Jupitter Pimentel sugeriu trabalhos que podem auxiliar no entendimento de expressões que descrevem situações e identidades de pessoas não-binárias. 

A música “Pensa que me Conhece” conta com clipe e participação de Gabrelú e aborda identidade, violências e a reafirmação de que corpos e gêneros além de homem e mulher existem e resistem.

Com um custo colaborativo, o e-book “Escrevivência nãobinária”, do rapper, que também é escritor e poeta, aborda mais sobre seu processo de transição, aceitação e autoestima sendo uma pessoa gorda e fora dos padrões de identidade.

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  • Patricia Santos

    Jornalista, poeta, fotógrafa e vídeomaker. Moradora do Jardim São Luis, zona sul de São Paulo, apaixonada por conversas sobre territórios, arte periférica e séries investigativas.

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