A deputada estadual por Minas Gerais Macaé Evaristo (PT) será a nova ministra dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC), anunciou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nesta segunda-feira (9). A principal cotada para assumir a pasta vai substituir Silvio Almeida, demitido na sexta-feira (6), após acusações de assédio sexual.
Lula recebeu Evaristo no Palácio da Alvorada mais cedo nesta segunda-feira (9). Segundo informações da Folha de São Paulo, aliados já apontavam que ela era a principal candidata e que outros nomes apenas se encontrariam com o mandatário se a conversa com a mineira não avançasse.
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“Hoje, convidei a deputada estadual Macaé Evaristo para assumir o ministério dos Direitos Humanos e Cidadania”, publicou Lula nas redes sociais. “Ela aceitou. Assinarei em breve sua nomeação. Seja bem-vinda e um ótimo trabalho.”
Formada em Serviço Social e mestre em Educação, Macaé Evaristo foi a primeira mulher negra a ocupar os cargos de secretária de Educação no município de Belo Horizonte (2005 a 2012) e no estado de Minas Gerais (2015 a 2018). Em 2020 se elegeu vereadora da capital mineira e em 2022 foi eleita deputada estadual, cargo que ocupa até hoje.
Além disso, a intelectual foi secretária de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão do Ministério da Educação entre 2013 e 2014, durante o governo Dilma Rousseff (PT).
Reconhecida no meio educacional e nas discussões sobre racismo, Macaé também esteve no governo de transição para a gestão Lula como integrante do grupo de trabalho da Educação.
Além de Macaé Evaristo, ao menos outros dois nomes foram cogitados para substituir Silvio Almeida: Nilma Lino Gomes, ex-ministra do governo Dilma Rousseff (PT), e a deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ).
Atualmente, o Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania é liderado interinamente por Esther Dweck, que acumula a função com o cargo de ministra da Gestão e da Inovação em Serviço Público.
Silvio Almeida demitido após denúncias de assédio
Na última quinta-feira (5), uma série de reportagens na imprensa revelaram denúncias da rede de apoio Me Too Brasil, que apontam supostos casos de assédio atribuídos ao então ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida. Uma das vítimas seria a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco.
As revelações geraram uma crise política no governo que culminou na demissão do agora ex-ministro, ainda na sexta-feira (6).
Após a demissão de Almeida, a ministra da Igualdade Racial publicou uma nota em que pede respeito ao seu espaço, direito à privacidade e afirma que contribuirá com as apurações “sempre que acionada”.