Uma pesquisa do Instituto Ethos divulgada nesta quarta-feira (18) mostrou que as mulheres negras estão alocadas em posições menos privilegiadas nas grandes companhias do Brasil.
Intitulado “Perfil Social, Racial e de Gênero das 1.100 Maiores Empresas do Brasil e suas Ações Afirmativas 2023-2024”, o estudo mostra que o número de mulheres negras trainees chega a 53,7%, superando o de homens brancos (9%). Entre os estagiários, as negras são 26,5% e também superam os homens brancos (23%).
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Por outro lado, nas posições mais altas da hierarquia, como os cargos executivos, apenas 3,4% são ocupados por mulheres negras. Nos conselhos de administração, que são responsáveis pelas decisões estratégicas das empresas, essa porcentagem cai para 1,8% de mulheres negras, enquanto 77% são homens brancos.
O documento também aponta que quase 94% dos líderes das maiores empresas do país concordam que é fundamental haver políticas e ações afirmativas para ampliar oportunidades e a representação de mulheres no mercado. E 78% declaram ter medidas voltadas especificamente para a promoção da igualdade de gênero em suas companhias.
Pela primeira vez o Perfil Social, Racial e de Gênero considerou a identidade de gênero e a orientação sexual dos empregados e empregadas e suas diferentes interseccionalidades como parte do estudo.
Assim como o resultado de pessoas com deficiência, a análise concluiu que ainda que tenha havido avanços importantes, eles ainda acontecem em um ritmo lento, e com um enorme afunilamento hierárquico, pois apenas 3,2% das empresas tem ações voltadas para incluir pessoas LGBTQIAPN+ em posições de destaque.
Já as pessoas com deficiência representam apenas 3,3% do total de empregados nas maiores empresas do Brasil. No entanto, o número não é proporcional aos 8,9% de PCDs existentes na população brasileira, segundo o Censo de 2022, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A pesquisa analisou as respostas de 131 empresas da lista das 1.100 maiores companhias e instituições financeiras do Brasil, conforme publicada pelo Valor Econômico. Foram analisadas empresas com faturamento a partir de 300 milhões, sendo que mais de 80% delas possuem faturamento superior a um bilhão e cerca de 77% têm mais de 3 mil funcionários.