Desigualdade diminui entre empreendedores, mas negros seguem com menor renda

Um estudo do Sebrae Nacional revelou um aumento na participação de pessoas negras no empreendedorismo. No último trimestre de 2023, esse número alcançou 15,6 milhões, um crescimento de 28% em relação ao mesmo período de 2012, que marca o início da série histórica. Além disso, entre o primeiro trimestre de 2022 e o primeiro trimestre de 2023, a taxa de participação cresceu 1,29%.

A análise, no entanto, aponta que a diferença salarial em relação às pessoas brancas donas de negócios ainda é grande (46,5% menor), apesar do valor recorde do seu rendimento de empreendedores negros (R$ 2.236) em 2023. Em 2012, o cenário era ainda pior, um abismo de 52,7%.

A renda das mulheres negras donas de negócio (R$ 1.769) sempre foi abaixo de R$ 2 mil, apontam os números. Além disso, o rendimento desta população é 28% menor que a de homens negros, 49% menor que a de mulheres brancas e 61% menor que a de homens brancos.

Conforme os dados coletados com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontam, existem mais de 15,6 milhões de negros empreendedores, sendo estes pouco mais da metade (52,4%) do total de proprietários de negócios.

O estudo ressalta também que o empreendedorismo entre os brancos (18,5%) é maior que entre os negros (15,9%). Além disso, somente 10% são empregadores, sua grande maioria 90% trabalham por conta própria.

Os empreendedores em sua maioria são homens (68%), com idade entre 30 e 49 anos (51%), são chefes de domicílios (55%), residem nas regiões sudeste (37,7%) e nordeste (32,7%) do país e atuam majoritariamente nos setores de serviços (41,4%) e comércio (21,7%).

Também houve aumento na proporção de negros donos do próprio negócio que contribuem com previdência e que possuem possui CNPJ. No entanto, somente 24,2% destes possuem CNPJ e apenas 28,7% contribuem para a previdência, quase metade do observado entre os donos de negócio brancos.