Pesquisar
Close this search box.

Dia do Professor: 5 educadores com iniciativas que vão além da sala de aula

Nesta terça-feira (15) é comemorado o Dia do Professor no Brasil, data que celebra a importância dos profissionais que dedicam suas vidas ao ensino
Imagem mostra professores negros.

Foto: Reprodução

15 de outubro de 2024

O Dia do Professor, comemorado em 15 de outubro no Brasil, remonta à criação da primeira cadeira de ensino de pedagogia no país, em 1827, em São Paulo. A data foi instituída oficialmente em 1963, por meio da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). Desde então, o dia se tornou um momento de reconhecimento e valorização dos profissionais da educação, que desempenham um papel fundamental na formação de cidadãos.

Essa lei deve parte de sua origem à atuação de Antonieta de Barros, a primeira deputada negra do Brasil, que se destacou não apenas por sua trajetória política, mas também por sua luta pela educação e pelos direitos das mulheres e dos afrodescendentes. 

Quer receber nossa newsletter?

Você encontrá as notícias mais relevantes sobre e para população negra. Fique por dentro do que está acontecendo!

A parlamentar, pela Lei nº 145, de 12 de outubro de 1948, criou o Dia do Professor e o feriado escolar em Santa Catarina. Vinte anos depois, em outubro de 1963, o então presidente João Goulart tornou a lei nacional, como é conhecida hoje.

A importância do Dia dos Professores se torna ainda mais significativa quando se considera a contribuição dos educadores negros, que, historicamente, enfrentaram diversas barreiras para atuar na educação. Apesar dos desafios impostos pela desvalorização e a discriminação racial, muitos professores negros têm se destacado por suas iniciativas e comprometimento, promovendo uma educação que valoriza a diversidade e a inclusão.

Em celebração à data, a Alma Preta destaca professores que fortalecem a identidade da população negra por meio de seus projetos antirracistas que vão além da sala de aula. Confira:

Bárbara Carine 

É graduada em filosofia e em química, e tem mestrado e doutorado em ensino de química pela Universidade Federal da Bahia. Seu trabalho é focado na descolonização do conhecimento, especialmente na educação de crianças e jovens negros. Ela é uma forte defensora da inclusão da história e cultura afro-brasileira nos currículos escolares, abordando o racismo estrutural e propondo uma educação que valorize as contribuições dos povos africanos e afrodescendentes.

Bárbara é uma das idealizadoras da Escolinha Maria Felipa, uma escola que adota uma abordagem decolonial, integrando conhecimentos africanos, ameríndios e europeus. O objetivo é promover uma educação que reconheça e valorize a potência das crianças negras, além de combater o eurocentrismo na educação. Ela acredita que a literatura e outras formas de saberes são fundamentais para a transformação social e para empoderar a juventude.

Jeferson Tenório

Escritor e professor brasileiro, amplamente reconhecido por suas obras que abordam questões de racismo e identidade na sociedade contemporânea. Ele é autor de livros notáveis como “O Avesso da Pele“, que explora a experiência de uma família negra em Porto Alegre e aborda temas como racismo, violência policial e a complexidade das relações familiares. Este livro foi premiado no 63º Prêmio Jabuti e está previsto para ser adaptado para o cinema.

Tenório também foi um dos  primeiros estudantes negros a se formar na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) após a implementação do sistema de cotas na instituição. Suas experiências acadêmicas e pessoais influenciam fortemente sua escrita, que busca transmitir a complexidade e a humanidade de seus personagens em um ambiente frequentemente hostil​.

Cleide da Silva Magesk

É uma professora reconhecida por seu trabalho na área de educação antirracista. Ela atua em um Centro Integrado de Educação Pública (CIEP), localizado em Duque de Caxias, Rio de Janeiro. Cleide foi uma das vencedoras do Prêmio Professor Porvir na categoria Educação Antirracista, com seu projeto intitulado “Trançando histórias e cabelos”

Esse projeto promoveu oficinas e rodas de conversa, permitindo que os alunos explorassem a importância cultural e ancestral das tranças, culminando na produção de um documentário sobre o tema. A educadora também foi eleita “Educadora do Ano” pelo portal de conteúdos escolares Toda Matéria, com o mesmo projeto.

Cleide da Silva Magesk
Acervo pessoal

Márcia Lima

Professora e pesquisadora no campo da sociologia, atuando no Departamento de Sociologia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP). Ela é especialista em temas relacionados a desigualdades raciais, relações de gênero, educação e políticas de ações afirmativas.

Atualmente, Márcia também ocupa o cargo de secretária de Políticas de Ações Afirmativas e Combate ao Racismo no Ministério da Igualdade Racial do Brasil​. Com um doutorado em Sociologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e experiência como pesquisadora associada ao Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (CEBRAP), suas investigações focam em dinâmicas sociais e raciais, explorando como raça e gênero interagem nas esferas educacional e laboral​.

Márcia Lima
Acervo/CEBRAP

Renato Noguera

Acadêmico brasileiro, professor no Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). Ele possui formação em Filosofia pela UFRJ e é mestre pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), além de ter concluído seu doutorado na UFRJ. Noguera também coordena o Grupo de Pesquisa Afroperspectivas e integra o Laboratório de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (Leafro) da UFRRJ​.

Noguera é conhecido por seu trabalho em filosofia africana e afrocentrismo, buscando resgatar e dar visibilidade às filosofias de origem africana, que muitas vezes foram marginalizadas no pensamento ocidental. Ele tem atuado em diversas iniciativas que promovem a inclusão da filosofia africana e indígena no currículo educacional, enfatizando a importância da ancestralidade e da diversidade cultural​.

  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

Leia Mais

Destaques

AudioVisual

Podcast

Cotidiano