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APAN abre inscrições para capacitação de profissionais negros do audiovisual no Brasil e Colômbia

Programa oferece capacitação em direção, roteiro, curadoria e produção executiva
Profissionais colombianos que participaram da primeira edição da capacitação.

Foto: Divulgação

21 de outubro de 2024

A Associação de Profissionais do Audiovisual Negro (APAN), em parceria com a organização colombiana Manos Visibles e o Instituto Audiovisual Mulheres de Odun (IAMO), irá promover a segunda edição da FOCO – Escola de Produção Audiovisual para Reparação Histórica. O programa visa capacitar 40 realizadores negros e afroindígenas do Brasil e da Colômbia nas áreas de direção, roteiro, curadoria, produção executiva e gestão de políticas públicas.

As inscrições já estão abertas e podem ser feitas até 5 de novembro, por meio de uma convocatória disponível nos sites da APAN e da Manos Visibles. O processo é destinado a pessoas negras com experiência no setor audiovisual ou cultural.

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Com uma abordagem focada na reparação histórica e na promoção de narrativas afrolatinas, a capacitação visa ampliar as vozes e representações negras no cinema, rompendo com os estereótipos e fortalecendo a liderança cultural nas duas nações. O projeto não apenas oferece formação técnica, mas também se propõe a criar um espaço seguro e colaborativo onde as pessoas participantes possam compartilhar suas experiências e construir uma rede de apoio.

Segundo Tatiana Carvalho, presidente da APAN, a iniciativa surge em um momento crítico, onde a representação negra no audiovisual ainda enfrenta desafios significativos. A falta de diversidade em narrativas e produção é um reflexo de um setor que historicamente tem sido dominado por vozes não representativas. Nesse sentido, a FOCO se propõe a inverter essa realidade, capacitando novos talentos e promovendo a visibilidade de histórias e culturas frequentemente marginalizadas.

“A FOCO não é apenas uma escola; é um espaço de resistência e criação. Queremos que os realizadores negros e afroindígenas se sintam empoderados para contar suas próprias histórias e desafiar as narrativas convencionais que frequentemente os excluem”, destaca a gestora.

Como será a capacitação

A programação será realizada em formato virtual e está estruturada em duas etapas. A primeira fase de formação contará com duas séries de encontros com profissionais do audiovisual negro, abordando temas fundamentais, como dramaturgias negras em ficção e documentário, pensamento afrodiaspórico, políticas de audiovisual e gestão pública, além de uma introdução às áreas de roteiro, direção, fotografia, som, montagem, design de audiência e curadoria.

Após essa introdução, os participantes terão a oportunidade de aprofundar essas questões em encontros mais específicos e interativos. Concluída essa fase virtual, a FOCO dará sequência às atividades com uma série de encontros e vivências presenciais no Brasil e na Colômbia, promovendo um intercâmbio rico entre os realizadores e as realidades culturais de ambas as nações.

Requisitos

Podem se candidatar aqueles que se autorreconhecem como negros e afroindígenas do Brasil ou da Colômbia e sejam maiores de idade. É importante demonstrar alguma experiência no setor audiovisual ou cultural, com comprovação de produção ou participação em projetos nos últimos três anos. Os candidatos devem demonstrar interesse em aprofundar conhecimentos em direção, roteiro, curadoria, produção executiva e gestão de políticas culturais.

Além disso, é fundamental ter disponibilidade para participar das aulas, que ocorrerão às terças, quartas e quintas-feiras, das 17h às 19h (Colômbia) e 19h às 21h (Brasil), nos meses de novembro e dezembro. Os candidatos devem ainda possuir as ferramentas necessárias para o desenvolvimento da formação virtual, como computador, tablet ou celular, além de uma conexão à internet ou plano de dados.

Para se inscrever, os interessados devem seguir algumas etapas essenciais. O primeiro passo é ler atentamente o regulamento completo do programa, a fim de assegurar que atendem a todos os requisitos. Em seguida, é necessário reunir uma série de documentos, incluindo uma cópia digitalizada do documento de identidade e vídeos ou links de projetos audiovisuais realizados nos últimos três anos — essa documentação é fundamental para a inscrição.

Além disso, os candidatos devem elaborar uma carta de intenção, onde devem se apresentar e expor suas motivações para aprofundar conhecimentos nas áreas de direção, roteiro, curadoria, produção executiva e gestão de políticas culturais, ressaltando também como pretendem aplicar esses conhecimentos em suas vidas práticas e nas comunidades em que estão inseridos. Por último, é preciso gravar um vídeo de motivação com duração de até um minuto. Se houver dificuldades em anexá-lo ao formulário de inscrição, os candidatos têm a opção de enviá-lo para o e-mail [email protected].

Para se inscrever, acesse os sites www.manosvisibles.org ou www.apan.com.br.

  • Redação

    A Alma Preta é uma agência de notícias e comunicação especializada na temática étnico-racial no Brasil.

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