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PMs invadem velório e agridem familiares de jovem morto pelo BAEP em Bauru (SP)

Dois jovens de 18 e 20 anos foram mortos pelo 13ª Batalhão de Polícia Militar na última quinta-feira (17); policiais militares agrediram mãe e irmãos que tentavam velar um dos mortos
Capturas de imagem de vídeo mostram invasão da PM a velório que resultou em agressão aos familiares do morto, Bauru (SP), 18 de outubro de 2024

Foto: Reprodução

18 de outubro de 2024

Nesta sexta-feira (18), agentes da Polícia Militar de São Paulo (PMSP) invadiram o velório de um jovem de 18 anos, morto no dia anterior pelo 13ª Batalhão de Ações Especiais da Polícia (BAEP), em Bauru (SP), interior paulista. Os policiais agrediram familiares de luto e prenderam um dos irmãos do morto, que teria sido detido por desacato. A mãe do morto também foi agredida.

Imagens recebidas pela Alma Preta e que circulam nas redes sociais mostram que diversas viaturas cercavam o velório realizado no Parque Jaraguá antes do incidente. Os policiais que invadiram o velório agrediram pessoas ao lado do caixão.

Na série de vídeos, cerca de oito PMs conversam na área externa do velório, com os familiares e presentes, que protestam contra a presença dos agentes. Em seguida, os policiais entram no salão no qual o morto é velado em busca de um dos irmãos do falecido e agridem familiares da vítima, incluindo Nilséia Alves, mãe de Guilherme.

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Conforme as imagens, os policiais deixam o local arrastando o irmão do falecido pelo pescoço, que aparenta possuir ferimentos na cabeça. Nesse momento, a mãe da vítima foi rendida novamente com truculência pelos policiais. O rapaz detido foi liberado ao final do dia.

No dia anterior, Guilherme Alves Marques de Oliveira, de 18 anos, e Luís Silvestre da Silva Neto, de 21, foram mortos por agentes do 13º Batalhão de Ações Especiais de Polícia (BAEP), no Parque Vitória. Segundo o boletim de ocorrência, no qual consta apenas a versão dos policiais, ambos carregavam drogas e houve troca de tiros.

Guilherme foi alvo de disparos no tórax, no abdômen e no joelho. Luís foi morto com um tiro na cabeça. Ainda segundo o boletim de ocorrência, os três policiais envolvidos na ação efetuaram 27 disparos de fuzil contra os jovens.

Ouvida pela Alma Preta, Nilséia Alves, mãe da vítima, defende que seu filho não era criminoso e não portava armas quando foi alvejado. Ela ainda informou que uma passeata foi organizada pela população um protesto contra a violência policial. A manifestação foi marcada para acontecer na noite desta sexta-feira (18) na Avenida Castello Branco, em Bauru (SP).

A Alma Preta questionou a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP), via e-mail, sobre as agressões no velório e a morte dos dois jovens em ação policial. Em nota, a SSP informou ter instaurado um inquérito para “apurar a conduta dos policiais envolvidos e adotar todas as medidas cabíveis”.

  • Verônica Serpa

    Graduanda de Jornalismo pela UNESP e caiçara do litoral norte de SP. Acredito na comunicação como forma de emancipação para populações tradicionais e marginalizadas. Apaixonada por fotografia, gastronomia e hip-hop.

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