Nesta segunda-feira (11), Alix Didier Fils-Aime foi empossado como o novo primeiro-ministro do Haiti, assumindo o cargo após a saída de Garry Conille, que teve um breve mandato marcado por conflitos com o conselho de transição do país. Em seu discurso de posse, Fils-Aime destacou que restaurar a segurança será sua prioridade, considerando isso uma condição essencial para a estabilidade e sucesso do governo.
O Haiti vive grave crise de segurança devido ao controle das gangues armadas sobre Porto Príncipe, onde 80% da cidade é dominada por esses grupos. Desde o assassinato do presidente Jovenel Moise, em 2021, o país não tem um presidente e carece de um parlamento ativo, sendo governado por um conselho de transição apoiado pelos Estados Unidos e pela comunidade internacional.
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Apesar da recente presença de uma força policial liderada pelo Quênia, que atua com o apoio das Organização das Nações Unidas (ONU), a violência continua a se agravar. Um relatório do órgão global revelou que, de julho a setembro, mais de 1.200 pessoas foram assassinadas, além de persistirem sequestros e violência sexual contra mulheres e meninas.
Nesta segunda-feira (11), um voo da companhia aérea Spirit Airlines que tentava pousar em Porto Príncipe foi atingido por tiros e precisou ser desviado para a República Dominicana. Um comissário de bordo ficou levemente ferido.
O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, fez um apelo para que os líderes haitianos coloquem o interesse do país em primeiro lugar e trabalhem juntos pelo processo de transição. “O importante é que os líderes políticos haitianos coloquem os interesses do Haiti em primeiro lugar”, disse o porta-voz Stephane Dujarric.
Desafios para o futuro do Haiti
Para conter a violência, as gangues têm reforçado as defesas em suas zonas de controle, usando drones, cilindros de gás e coquetéis molotov para confrontar as operações policiais.
Mais de 700 mil pessoas, incluindo crianças, já fugiram de suas casas devido aos conflitos, conforme relatado pela Organização Internacional para Migração. O primeiro-ministro Fils-Aime e o conselho de transição enfrentam agora a difícil tarefa de restaurar a segurança, garantir a integridade do processo de transição e preparar o país para eleições.
A ONU e a comunidade internacional pressionam o país por uma cooperação que coloque os interesses da população em primeiro lugar e restabeleça a ordem para que as eleições possam ocorrer em 2025.
Texto com informações da Agence France-Presse.