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Empreendedorismo negro como ferramenta de valorização cultural e social

Em um mercado marcado pela falta de diversidade, a atuação de empreendedoras negras ajuda a quebrar paradigmas e abrir portas para outros
A empreendedora Talita Watanabe.

Foto: Divulgação

24 de novembro de 2024

Por: Talita Watanabe

Em um país como o Brasil, onde a cultura afro-brasileira é fundamental para nossa identidade nacional, o empreendedorismo negro tem se mostrado uma via essencial para a promoção da representatividade, valorização cultural e construção de um cenário empresarial mais inclusivo. A atuação da mulher negra representa um caso exemplar de como o empresariado pode ser um ato de resistência, empoderamento e fortalecimento comunitário. Ao liderar uma empresa que abraça e promove a cultura afro-brasileira, coloca-se em prática uma visão transformadora que vai além do lucro.

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Em um mercado marcado pela falta de diversidade, a atuação de empreendedoras negras ajuda a quebrar paradigmas e abrir portas para outros. Vale enfatizar que o empreendedorismo negro não é apenas uma questão de negócios, mas também um movimento de fortalecimento cultural. Valorizamos nossa cultura e mostramos que é possível prosperar, respeitando nossas raízes. Isso reflete um compromisso não apenas econômico, mas também identitário, em um país onde as desigualdades raciais ainda persistem e limitam as oportunidades de muitos afro-brasileiros.

A 4us é mais do que uma empresa, por exemplo. Ela é um espaço onde a cultura afro-brasileira encontra expressão e visibilidade em cada produto e serviço. Esse enfoque é fundamental para uma população que muitas vezes não se vê representada nas prateleiras das grandes marcas. Ao promover produtos que carregam um pedaço da história afro-brasileira, resgato tradições e fortaleço a identidade da minha comunidade, mostrando que o consumo pode e deve ser uma escolha consciente e representativa.

Outro aspecto fundamental da minha atuação é o compromisso com outros empreendedores negros. Com iniciativas de mentoria e capacitação, criei uma rede de apoio que visa o fortalecimento e a inclusão, elementos essenciais para o sucesso em um mercado ainda marcado pela exclusão racial.

Durante o Mês da Consciência Negra, as ações da 4us ganham ainda mais importância, trazendo à tona discussões sobre a representatividade no empreendedorismo e celebrando a cultura afro-brasileira. Vejo este mês como uma oportunidade de amplificar vozes historicamente silenciadas e de inspirar outros negros e negras a se lançarem no mundo dos negócios.

Essa trajetória é um exemplo vivo de que o empreendedorismo negro é uma ferramenta poderosa para transformar a sociedade e enriquecer o cenário cultural brasileiro.

Talita Watanabe é empreendedora e atualmente assume a empresa 4us.

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