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Iniciativa ‘Viva Pequena África’ receberá investimento de R$ 7,3 milhões

Ação pretende conectar o território aos principais circuitos turísticos nacionais e internacionais
Sobrados e casarões do Largo São Francisco da Prainha, praça pública localizada na Pequena África, no Rio de Janeiro.

Sobrados e casarões do Largo São Francisco da Prainha, praça pública localizada na Pequena África, no Rio de Janeiro.

— Reprodução / 360meridianos

26 de novembro de 2024

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou três novos doadores para a iniciativa Viva Pequena África: Fundação Ford, Open Society Foundations e Instituto Ibirapitanga. A região abriga o sítio arqueológico Cais do Valongo, considerado patrimônio cultural mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) desde 2017.

O projeto é executado pelo Consórcio Viva Pequena África, formado pelo Centro de Articulação de Populações Marginalizadas (CEAP), pela PretaHub e pela Diaspora.Black. A Fundação Ford e a Open Society Foundations vão doar, cada uma, US$ 500 mil (cerca de R$ 2,9 milhões), enquanto o Instituto Ibirapitanga repassará R$ 1,5 milhão à iniciativa.

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A ação visa fortalecer as instituições culturais presentes no local e, com isso, fomentar o turismo cultural e a comercialização de produtos de afroempreendedores, a fim de conectar o território aos principais circuitos turísticos nacionais e internacionais.

“De modo geral, o patrimônio histórico está associado às elites brancas”, lamentou o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, em nota à imprensa. “A Pequena África é o pré-sal do movimento negro brasileiro: ela tem que ser valorizada como porta de entrada do que é a história do Brasil”.

Para Mercadante, o Cais do Valongo, reconhecido como patrimônio da humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), tem que estar no centro da identidade brasileira. “Queremos levantar uma memória histórica que tantas vezes tentaram apagar. O primeiro passo é reconhecer aqueles que resistiram no território há tempos”, afirmou.

O diretor da Fundação Ford no Brasil, Atila Roque, concorda. “A iniciativa é um passo importante no esforço de reparação e restauração da memória negra, um passo na construção de um projeto que tenha no legado da Pequena África o fundamento sobre o qual um futuro de igualdade e justiça social possa ser erguido”, afirmou.

Identidades e resistências negras na Pequena África

O território da Pequena África – termo cunhado pelo sambista e artista plástico Heitor dos Prazeres (1898-1966) – abrange os bairros da Saúde, Gamboa e Santo Cristo, na zona portuária carioca, até hoje ocupada por uma população majoritariamente negra e por instituições da sociedade civil que mantêm vivas a memória e herança africanas, hoje referência internacional da diáspora africana.

A área é situada nas imediações do Cais do Valongo, o principal ponto de desembarque e comércio de africanos escravizados nas Américas, que funcionou entre 1811 e 1831. Nessas duas décadas, cerca de 1 milhão de pessoas desembarcaram no Valongo para serem vendidas e transportadas a diversos pontos do país.

O sítio arqueológico foi revelado em 2011, durante as escavações arqueológicas desenvolvidas para a implementação do projeto Porto Maravilha. Em 2017, a Unesco reconheceu o Cais do Valongo como Patrimônio Cultural Mundial, por reconhecer nele a mais importante evidência física associada à chegada histórica de africanos escravizados no continente americano.

Segundo o babalawô Ivanir dos Santos, conselheiro estratégico do CEAP e doutor em História Comparada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o consórcio visa à promoção cultural, pedagógica, turística e empreendedora da região. “Não podemos nos esquecer que além de um lugar de memória nacional, ali estão parte das identidades e das resistências negras”, afirmou.

A iniciativa Viva Pequena África apoiará projetos culturais de cerca de 50 instituições do local. Também vai elaborar, estruturar e implementar propostas para atuação em rede das organizações do território. Além disso, o projeto pretende mapear todos os outros territórios representativos da herança cultural africana no Brasil para integrarem quatro deles em um projeto de preservação.

Para isso, o programa conta com apoio não reembolsável de R$ 10 milhões do Fundo Cultural do BNDES. Ao todo, está previsto um investimento total de R$ 20 milhões em projetos e ações de capacitação e articulação das instituições de memória africana do território.

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