PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Após pressão, ONU renova Década Internacional para os Afrodescendentes

Proclamação da Segunda Década ocorre após representantes da comunidade negra apontarem resultados insuficientes das ações feitas nos primeiros dez anos
Bandeiras dos países em frente da sede das Nações Unidas.

Após pressão, ONU renova Década Internacional para os Afrodescendentes.

— Hugo Magalhães/Pexels

18 de dezembro de 2024

A 79ª Assembleia Geral das Nações Unidas renovou na terça-feira (17) por consenso, resolução que proclama a Segunda Década Internacional para os Afrodescendentes, de 1º de janeiro de 2025 a 31 de dezembro de 2034, com o tema “reconhecimento, justiça e desenvolvimento”.

Brasil,  Colômbia, Costa Rica, Jamaica e Estados Unidos fizeram pressão pela renovação do Programa de Atividades da Primeira Década para implementação de medidas de inclusão das pessoas afrodescendentes e para combate ao racismo, à discriminação racial, à xenofobia e à intolerância correlata.

Quer receber nossa newsletter?

Você encontrá as notícias mais relevantes sobre e para população negra. Fique por dentro do que está acontecendo!

O Ministério da Igualdade Racial (MIR) afirmou, em comunicado, que a proclamação da Segunda Década representa uma nova oportunidade para que pessoas afrodescendentes possam usufruir plena e efetivamente dos benefícios do desenvolvimento sustentável e de todos os seus direitos humanos.

Resultados insuficientes na Primeira Década

A Primeira Década Internacional para os Afrodescendentes foi proclamada pela ONU em 2015 para a promoção dos direitos das pessoas negras e fortalecimento de marcos legais de combate à discriminação racial ao redor do mundo. 

Um balanço das ações realizadas pelas nações foi realizado por integrantes de organizações internacionais de direitos humanos e combate ao racismo durante o Fórum Permanente para Afrodescendentes da ONU em Genebra, na Suíça, em abril de 2024. 

No fórum, os representantes da comunidade negra apontaram falhas nas ações dos primeiros dez anos e solicitaram a criação da segunda década. O pedido foi reforçado pela ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, que representou o governo brasileiro na reunião.

Entre as frustrações, o sentimento relatado por ativistas que compuseram o evento foi de desapontamento com as medidas tomadas pelos estados-membros, apontadas como insuficientes. Pouco compromisso, baixo incentivo, falta de mobilização de recursos são alguns dos pontos críticos que marcaram o período.

Em entrevista à Alma Preta durante o evento, a ex-vice-presidente da Costa Rica e antiga integrante do Fórum Permanente, Epsy Campbell, comentou sobre a importância de se declarar uma segunda década. 

“Os resultados da primeira década são insuficientes. Em alguns casos houve retrocessos importantes, mas conseguimos um importante reconhecimento, pois poucos desconhecem hoje a existência de milhões de afrodescendentes pelo mundo. Mas a segunda década deve envolver compromissos, com planos, orçamentos e metas essenciais para mudar vidas e dar dignidade a essas populações”, declarou.

Apoie jornalismo preto e livre!

O funcionamento da nossa redação e a produção de conteúdos dependem do apoio de pessoas que acreditam no nosso trabalho. Boa parte da nossa renda é da arrecadação mensal de financiamento coletivo.

Todo o dinheiro que entra é importante e nos ajuda a manter o pagamento da equipe e dos colaboradores em dia, a financiar os deslocamentos para as coberturas, a adquirir novos equipamentos e a sonhar com projetos maiores para um trabalho cada vez melhor.

O resultado final é um jornalismo preto, livre e de qualidade.

  • A Alma Preta é uma agência de notícias e comunicação especializada na temática étnico-racial no Brasil.

Leia mais

PUBLICIDADE

Destaques

Cotidiano