A Prefeitura de São Paulo, sob a gestão de Ricardo Nunes (MDB), construiu um muro de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura na Rua General Couto Magalhães, região da Cracolândia, no centro da cidade. A estrutura, que integra um conjunto de grades para formar uma área delimitada, direciona os usuários de drogas para uma zona específica.
Segundo a administração municipal, o objetivo do muro é melhorar o atendimento aos usuários, aumentar a segurança das equipes de saúde e de assistência social e facilitar o trânsito de veículos na região. Contudo, movimentos sociais denunciam a medida como uma violação de direitos humanos.
Quer receber nossa newsletter?
Você encontrá as notícias mais relevantes sobre e para população negra. Fique por dentro do que está acontecendo!
Roberta Costa, representante do movimento Craco Resiste, afirmou ao g1 que o muro “esconde as pessoas e limita sua liberdade”. Ela também destacou que o acesso ao local tem sido controlado com revistas, o que dificulta a realização de ações humanitárias, como a distribuição de alimentos.
Os movimentos sociais argumentam que a construção “encarcerou” os dependentes químicos, limitando o trabalho de entidades de apoio. Além disso, criticam a falta de alternativas de acolhimento e tratamento eficaz para essas pessoas.
Impacto no fluxo da Cracolândia
Embora a prefeitura tenha declarado que o muro não tem o objetivo de confinar os usuários, a área cercada é atualmente o único fluxo ativo na região central. Paralelamente, outras áreas da cidade, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho, na Zona Sul, e a Rua Doutor Avelino Chaves, na Vila Leopoldina, Zona Oeste, registraram o surgimento de novas concentrações de dependentes químicos.