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SP: muro na Cracolândia delimita fluxo e gera críticas sobre confinamento de usuários

Estrutura erguida pela Prefeitura de São Paulo na região central é acusada de violar direitos humanos e dificultar ações de assistência social
Imagem do muro na Cracolândia construído pela prefeitura de São Paulo. Movimentos sociais denunciam que a construção delimita a circulação de usuários na região e dificulta ações de assistentes sociais no local.

Imagem do muro na Cracolândia construído pela prefeitura de São Paulo. Movimentos sociais denunciam que a construção delimita a circulação de usuários na região e dificulta ações de assistentes sociais no local.

— William Santos

15 de janeiro de 2025

A Prefeitura de São Paulo, sob a gestão de Ricardo Nunes (MDB), construiu um muro de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura na Rua General Couto Magalhães, região da Cracolândia, no centro da cidade. A estrutura, que integra um conjunto de grades para formar uma área delimitada, direciona os usuários de drogas para uma zona específica. 

Segundo a administração municipal, o objetivo do muro é melhorar o atendimento aos usuários, aumentar a segurança das equipes de saúde e de assistência social e facilitar o trânsito de veículos na região. Contudo, movimentos sociais denunciam a medida como uma violação de direitos humanos.

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Roberta Costa, representante do movimento Craco Resiste, afirmou ao g1 que o muro “esconde as pessoas e limita sua liberdade”. Ela também destacou que o acesso ao local tem sido controlado com revistas, o que dificulta a realização de ações humanitárias, como a distribuição de alimentos.

Os movimentos sociais argumentam que a construção “encarcerou” os dependentes químicos, limitando o trabalho de entidades de apoio. Além disso, criticam a falta de alternativas de acolhimento e tratamento eficaz para essas pessoas.

Impacto no fluxo da Cracolândia

Embora a prefeitura tenha declarado que o muro não tem o objetivo de confinar os usuários, a área cercada é atualmente o único fluxo ativo na região central. Paralelamente, outras áreas da cidade, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho, na Zona Sul, e a Rua Doutor Avelino Chaves, na Vila Leopoldina, Zona Oeste, registraram o surgimento de novas concentrações de dependentes químicos.

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  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

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