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Para 88% da população paulistana, ações na Cracolândia são ineficazes

Estudo realizado pela Rede Nossa São Paulo em parceria com o Ipec destaca desafios e prioridades no enfrentamento da dependência química na maior cisade do país
Pessoas se reúnem na Cracolândia, bairro no centro de São Paulo, onde vivem dependentes químicos, em 2 de fevereiro de 2023.

Foto: Nelson Almeida/AFP

20 de maio de 2024

A Rede Nossa São Paulo, em parceria com o Ipec – Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica, lançou na última semana o estudo “Viver em São Paulo: Pobreza e Renda”, que investiga a percepção dos moradores sobre temas como o aumento da população em situação de rua e a dependência química, principalmente na Cracolândia.

O estudo destaca que 88% dos paulistanos consideram as ações do poder público para dependentes químicos na Cracolândia pouco ou nada eficazes. Além disso, 30% dos entrevistados apontaram o combate ao tráfico de drogas como prioridade na região, enquanto 24% defendem a construção de unidades de saúde especializadas para dependentes químicos.

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Atualmente, São Paulo oferece diversos serviços para usuários, ex-dependentes e familiares. Entre eles está o Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas, na região central, que direciona os que procuram tratamento para os serviços adequados. Outros serviços incluem CAPS, CRAS, CREAS e unidades de saúde municipais, que encaminham dependentes para tratamentos específicos.

O estado também conta com o Espaço Prevenir, que oferece apoio a familiares de dependentes químicos e a pessoas que completaram tratamentos em comunidades ou casas terapêuticas. Este serviço está disponível em São José dos Campos, São José do Rio Preto e no bairro do Tatuapé, na capital, com previsão de uma nova unidade em Ribeirão Preto ainda este ano.

Internações compulsórias na Cracolândia

Na última semana, o programa municipal Redenção na Rua, responsável por atendimentos de saúde e de assistência social a dependentes químicos na região da Cracolândia na cidade de São Paulo, denunciou abordagens violentas por parte da equipe do Serviço de Cuidados Prolongados (SCP). 

A queixa aponta internações forçadas e barganhas com os usuários de drogas — pagamento em bebidas alcoólicas, comida e refrigerantes em troca das internações —, além de agressões de usuários na cena de uso de substâncias químicas.

Em nota à Agência Brasil, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) negou as acusações de agressão e de que estejam sendo realizadas internações compulsórias sem o deferimento de juízes do direito.

  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

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