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Conflito na RDC tem sinais de crimes de guerra de ambos os lados, diz Anistia Internacional

Pacientes com ferimentos graves são tratados em unidades de tratamento intensivo em hospital de Goma, em meio à guerra na República Democrática do Congo, 20 de janeiro de 2025

Pacientes com ferimentos graves são tratados em unidades de tratamento intensivo em hospital de Goma, em meio à guerra na República Democrática do Congo, 20 de janeiro de 2025

— Jospin Mwisha/AFP

20 de janeiro de 2025

Nesta segunda-feira (20), a Anistia Internacional divulgou um novo relatório apontando que ambos os lados dos conflitos entre o Exército da República Democrática do Congo e o Movimento M23, milícia apoiada por Ruanda, provavelmente estão violando as regras do direito internacional de guerra ao disparar explosivos sobre áreas com civis.

Nos combates entre janeiro e julho de 2024, segundo a Anistia Internacional, “armas explosivas imprecisas com efeitos em áreas amplas [foram] usadas em áreas densamente povoadas mais de 150 vezes”.

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Conforme o levantamento da organização, os ataques mataram mais de 100 civis e deixaram centenas de feridos, o que mostra uma violação do direito internacional. Para a Anistia, o Tribunal Penal Internacional (TPI) deveria considerar a investigação desses ataques “como crimes de guerra”.

Pessoas deslocadas chegam à cidade de Lubero, enquanto soldados das Forças Armadas da República Democrática do Congo (RDC) tentam conter uma ofensiva dos rebeldes do M23, que tomaram várias cidades em dezembro.
Pessoas deslocadas chegam à cidade de Lubero, enquanto soldados das Forças Armadas da República Democrática do Congo (RDC) tentam conter uma ofensiva dos rebeldes do M23, que tomaram várias cidades em dezembro (Philémon Barbier/AFP)

Tanto o exército congolês quanto o Movimento M23, um grupo armado que alega defender a etnia tutsi, foram apontados como culpados pelo aumento do uso de armas consideradas “inerentemente imprecisas”.

O M23 — com o apoio de 3.000 a 4.000 soldados ruandeses — ressurgiu em 2021 e tomou vastas áreas do leste da RDC, região rica em minerais. O exército da RDC retaliou em contra-ofensivas. Os conflitos provocaram uma crise humanitária e deslocaram milhares de pessoas.

A Anistia Internacional apela para um cessar-fogo e afirmou que nem a RDC, nem a liderança do M23 haviam respondido às conclusões preliminares do relatório.

Apesar dos esforços liderados por Angola para encerrar o conflito, os combates se intensificaram nas últimas semanas.

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