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Congo denuncia Apple por extração irregular de minérios em zonas de conflito

A empresa é acusada de burlar a fiscalização e vender materiais que provém de zonas de conflito
Mulheres lavam minério na mina artesanal de cobre-cobalto de Kamilombe, perto da cidade de Kolwezi, no sudeste da República Democrática do Congo, em 20 de junho de 2023. A República Democrática do Congo produz mais de 70% do fornecimento global de cobalto.

Foto: Emmet Livingstone/AFP

26 de abril de 2024

O governo da República Democrática do Congo notificou nesta quinta-feira (25) a Apple, empresa de tecnologia norte-americana, por exploração ilegal de minérios. O país africano alertou a empresa sobre uma ação na justiça caso a prática continue. 

A AFP teve acesso a notificação formal enviada à empresa. Nela, o Congo acusa a Apple de comprar minérios contrabandeados e extraídos de zonas de conflitos. O documento ainda menciona a lavagem de materiais em Ruanda, país vizinho, para burlar a fiscalização que busca impedir a prática. Materiais como estanho, tântalo, tungstênio e ouro são fundamentais para smartphones e outros dispositivos eletrônicos da marca.

O país africano alega ainda que, além das extrações, violência sexual, ataques armados e corrupção generalizada também são praticados na região e que os produtos da Apple estão “contaminados pelo sangue do povo congolês”. 

“A Apple vendeu tecnologia feita com minerais provenientes de uma região cuja população está sendo devastada por graves violações dos direitos humanos”, diz a nota escrita pelos advogados da República Democrática do Congo.

A região dos Grandes Lagos, rica em minerais, tem sido devastada pela violência desde as guerras regionais na década de 1990. Desde 2021 as tensões têm ressurgido, quando os rebeldes do Movimento 23 de Março (M23) começaram a recapturar áreas de território.

A Apple informou que, embora a utilização dos minerais seja crucial para a produção de diversos produtos tecnológicos, não há informações de que as refinarias e fundições apontadas na notificação estejam na lista de fornecedores da empresa. A companhia ainda negou que direta ou indiretamente a tenha financiado ou beneficiado grupos armados no Congo ou países vizinhos.

  • Patricia Santos

    Jornalista, poeta, fotógrafa e vídeomaker. Moradora do Jardim São Luis, zona sul de São Paulo, apaixonada por conversas sobre territórios, arte periférica e séries investigativas.

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